A violência no Rio de Janeiro, que na quarta-feira (27) deixou um saldo de vários mortos no Complexo do Alemão, vem aumentando o temor das autoridades sobre a segurança dos Jogos Panamericanos, que serão disputados na cidade em julho, segundo comenta em reportagem publicada nesta quinta-feira (28) o diário argentino La Nación. "Quando faltam duas semanas para o começo dos Jogos Panamericanos, forças de segurança brasileiras se enfrentaram com narcotraficantes ontem em uma favela do Rio de Janeiro, com um saldo de pelo menos 18 mortos", relata a reportagem.
O jornal observa que, segundo a polícia do Rio, a ofensiva contra narcotraficantes na região "é a maior desde que começaram os tiroteios depois da morte de dois policiais, supostamente nas mãos de traficantes, no dia 2 de maio".
"O objetivo do governo do Rio de Janeiro é desarticular as quadrilhas de narcotraficantes que controlam as favelas", diz a reportagem.
Força Nacional
O jornal observa que "a preocupação das autoridades pela violência no Rio de Janeiro cresceu porque a cidade, de 8 milhões de habitantes, se prepara para ser a sede, entre 13 e 29 de julho, dos Jogos Panamericanos, dos quais participarão 5.500 atletas de 42 países e cerca de 800 mil espectadores".
A reportagem relata que "a presença da Força Nacional de Segurança no Rio, prevista para o início dos Jogos, foi antecipada a pedido do governador Sérgio Cabral Filho". "As tropas, que até duas semanas atrás estavam destacadas nas fronteiras do Estado, começaram a atuar nas favelas, gerando certa polêmica", diz o texto.
Outro diário argentino, o Clarín, relata que as mortes na quarta-feira ocorreram "depois que 1.200 policiais, com o respaldo de carros blindados e helicópteros, se deslocaram cedo no complexo do Alemão, onde uma guerra iniciada em maio já tirou a vida de 31 pessoas".
O jornal comenta que "o tiroteio entre quadrilhas e a polícia é quase diário na cidade, que tem uma taxa anual de homicídios de 50 por 100 mil habitantes".
BBC Brasil