Um dia após a Ponte Preta perder o título da Copa Sul-Americana para o Lanús, ao ser derrotada por 2 a 0, o clima de ressaca impera no Estádio Moisés Lucarelli nesta quinta. A ausência do elenco e de dirigentes deixou para a próxima semana uma série de definições importantes, como a permanência ou não do técnico Jorginho e a saída de alguns jogadores, fato normal no final de temporada.
Como a delegação voltou da Argentina logo pela manhã, deixando Buenos Aires de madrugada, os jogadores nem passaram no estádio, onde poucos torcedores aguardavam ansiosos a chegada do ônibus. Ele seguiu para um hotel que fica nos arredores da cidade, onde estavam os carros dos jogadores.
O presidente Márcio Della Volpe também não quis adiantar nada sobre o futuro do clube, que terá que remanejar seu planejamento inicial para a temporada 2014. A queda do time para a Série B do Brasileiro vai reduzir, de forma drástica, a receita do clube. A previsão era receber perto de R$ 30 milhões só dos direitos de televisão. Agora a cota deve girar em R$ 3 milhões.
Fora o Brasileiro, a Ponte disputará o Paulistão no primeiro trimestre de 2014. Se fosse campeã da Sul-Americana, garantiria vagas em quatro competições na próxima temporada: a Sul-Americana, a Copa Libertadores, a Recopa e a Copa Suruga, no Japão.
"A receita vai cair em até seis vezes. Isso vai atrapalhar o clube, mas claro que gostaria de ficar porque meu apeguei emocionalmente ao clube", confessou o técnico Jorginho, que após o jogo chegou a derramar lágrimas ao comentar o apoio e a frustração de não ter conquistado o primeiro título da história da Ponte Preta, em 113 anos.
Alguns jogadores devem deixar o clube, como o lateral-esquerdo Uendel, que estaria nos planos de Palmeiras, Corinthians e Cruzeiro, e o volante Baraka, cujo contrato acaba nos próximos dias e também já tem várias propostas em mãos.