Amanhecer uma segunda-feira fora da zona de rebaixamento mereceu comemoração no Vasco, depois de passar as últimas sete rodadas no calor da faixa de classificação que leva à Série B de 2014. Mas o alívio e a alegria não tiveram lugar em São Januário. A preocupação de todos dizia respeito ao futuro de Juninho Pernambucano, ícone de uma jovem geração de vascaínos.
Aos 38 anos, o meia cobrou uma falta próxima à área do Santos, no último domingo, aos sete minutos de jogo. A bola pouco viajou e Juninho tombou ao gramado, com uma expressão de dor profunda. O médico Clóvis Munhoz aposta em rompimento do tendão do adutor da coxa direita.
Um exame nesta terça pode confirmar a lesão, o que daria fim à temporada do Reizinho, como os vascaínos carinhosamente o chamam por conduzir o time campeão da Copa Libertadores de 1998. E também pode dar fim à carreira do veterano.
Juninho já projetava se aposentar no encerramento de seu atual contrato. A gravidade da lesão, que pode requerer cirurgia, possivelmente o forçaria a manter os planos, mesmo com o Vasco na Série B. "Acompanhar o Juninho declarando que pode ter feito seu último jogo, caído no chão, é triste. Não queremos que pare dessa maneira", comentou o zagueiro Cris, sobre as declarações do meia depois da partida, cogitando a possibilidade de parar.
Cris quer transformar o negativo em positivo. O defensor, que jogou ao lado de Juninho no Lyon, da França, disse que vai reunir os jogadores com o discurso de que é preciso evitar o rebaixamento a qualquer custo para que o meia não tenha essa nódoa em sua carreira. "O Juninho é uma pessoa formidável, querido por todos, e ninguém quer que ele termine a carreira dessa forma. O grupo vai abraçar isso como um estímulo", frisou, para, em seguida, reforçar que vai conversar melhor com o capitão para que repense a aposentadoria.
Sem Juninho, o Vasco terá uma dura caminhada para evitar a queda. Nesta quarta, visita o Grêmio. Depois os desafios são Corinthians (fora), Cruzeiro (casa), Náutico (casa) e Atlético Paranaense (fora).