A Uefa (União das Federações Europeias de Futebol) emitiu um comunicado no início da tarde de quarta-feira (22) em que manifesta estar desapontada com a ideia da Fifa (Federação Internacional de Futebol) de mudar o calendário do futebol mundial, incluindo a realização da Copa do Mundo a cada dois anos.
No texto, a entidade europeia pontua que a metodologia utilizada pelo órgão máximo do futebol tem "levado projetos de reforma radical a serem promovidos abertamente antes de ter sido dada, juntamente com outras partes interessadas, a oportunidade de participação em qualquer reunião".
Em relação à Copa, a Uefa listou o que classifica como quatro "perigos reais" envolvidos na mudança da periodicidade do evento, que ocorre historicamente a cada quatro anos. O primeiro seria eventual diluição da importância do evento, que, segundo a entidade, carrega certa mística pela atual periodicidade.
A diminuição de jogos regulares em troca de torneios finais prejudicaria seleções mais fracas e colocaria jogadores sob uma carga mais elevada de trabalho. Além disso, uma Copa masculina a cada dois anos poderia ofuscar o calendário feminino, privado de um espaço temporal exclusivo.
"Estas são apenas algumas das sérias preocupações que a proposta da Fifa provoca à primeira vista e não podem ser dissipadas simplesmente com 'slogans' promocionais sem fundamento sobre os supostos benefícios de um calendário mais extenso", prosseguiu a entidade europeia.
"A Uefa e as suas 55 federações membro ainda não receberam uma resposta da Fifa sobre este pedido", finalizou.
Na última segunda (20), a Fifa anunciou que estava planejando organizar uma "reunião online" para o dia 30 de setembro. A ideia é justamente consultar algumas federações sobre o assunto -a CBF (Confederação Brasileira) e AFA (Associação Argentina) estão entre os participantes.