A Uefa anunciou que as equipes localizadas na região da Crimeia estão proibidas de participar de competições organizadas pela Federação Russa de Futebol (RFS). A decisão valerá a partir do próximo dia 1º de janeiro e foi imposta durante um encontro do Comitê Executivo da entidade, realizado nesta quinta-feira.
O local vive "situação política complexa", como a própria Uefa já havia classificado. A Crimeia fazia parte da Ucrânia até o início deste ano, quando foi anexada pela Rússia. A união gerou uma guerra entre ucranianos e russos e o clima de tensão ainda toma conta da região. Além disso, ela ainda não é reconhecida por boa parte dos países, tampouco pelas Nações Unidas. Enquanto não há uma solução para o caso, a Uefa decidiu se posicionar.
O estatuto da entidade, assim como o da Fifa, proíbe que clubes mudem de federação nacional sem que haja consenso. Por isso, a Uefa já avisou que tomará medidas caso sua nova decisão seja desrespeitada. "Um inquérito disciplinar será aberto se não houver respeito à determinação", explicou o secretário-geral Gianni Infantino.
Três clubes da Crimeia, o TSK Simferopol, SKCF Sevastopol e Zhemchzhina Yalta, participaram da Copa da Rússia desta temporada. Além disso, estavam disputando a terceira divisão do Campeonato Russo, o que deve ser desconsiderado pela Uefa. A entidade, no entanto, garante que a medida não tem a intenção de impedir que esses times atuem.
De acordo com Infantino, a decisão aconteceu depois de semanas de conversas com membros das federações russas e ucraniana, e tem como finalidade permitir que o futebol continue sendo jogado, mas de acordo com as regras. "Não cabe à Uefa determinar nenhuma situação política", afirmou o dirigente, antes de explicar que a Crimeia será classificada como "zona especial" e receberá projetos de desenvolvimento da entidade.