O Comitê Executivo da Uefa pediu nesta quinta-feira para que os jogadores falem contra companheiros e torcedores após incidentes racistas em jogos de futebol em uma das propostas que foram ratificadas pela entidade em uma tentativa de combater a discriminação, que foram apresentadas pelo seu Conselho de Estratégia do Futebol Profissional, que é comandado por Michel Platini.
O chamado para punições mais duras ecoou comentários recentes do presidente da Fifa, Joseph Blatter, mas foi mais longe ao sublinhar um papel fundamental dos jogadores para conter o problema. Jogadores e treinadores, "nomeadamente aquelas com maior influência sobre os autores de atos racistas,devem falar, mesmo que isso possa significar criticar seus próprios torcedores ou jogadores", afirmou a Uefa.
Depois de vários incidentes no Campeonato Inglês na última temporada, Chelsea e Liverpool foram criticados por apoiarem John Terry e Luis Suárez, respectivamente, que foram punidos por insultos raciais.
O debate sobre o racismo no futebol europeu se intensificou nesta temporada depois de novos incidentes, incluindo uma confusão em jogo entre Sérvia e Inglaterra, classificatório para o Campeonato Europeu Sub-21, e a imposição da Fifa da disputa de jogos das Eliminatórias da Copa de Hungria e Bulgária com portões fechados.
Além disso, o meia Kevin-Prince Boateng liderou o abandono do campo pelo Milan em amistoso contra um time da quarta divisão italiana após ser vítima de insultos raciais. Depois disso, a Fifa decidiu criar uma força-tarefa para estudar o problema.
A comissão de estratégia da Uefa, que incluiu representantes de associações nacionais, ligas, clubes e sindicatos dos jogadores, se reuniu em Sófia, e pediu aos organizadores de competições para que instruam os árbitros a "parar as partidas em casos de racismo".
A Uefa também pediu que as autoridades nacionais "façam a sua parte". "Fornecer aos organismos do futebol os meios legais necessários, agindo para prender, processar e banir dos estádios por períodos significativos os responsáveis por atos racistas e permitir a troca de informações sobre as atividades racistas entre Estados e organismos do futebol", afirmou a entidade.