Nesta quinta-feira, 16 de março, o Tribunal do Júri da 2ª Vara Privativa de Curitiba condenou seis integrantes da torcida organizada do Coritiba. A tese do Ministério Público do Paraná foi acolhida e quatro réus foram apenados por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, com penas variando entre sete anos e seis meses e oito anos e quatro meses, todos em regime fechado e com prisão imediata. Outros dois torcedores foram condenados por crime de lesão corporal de natureza grave às penas de, respectivamente, dois anos e 11 meses e dois anos e um mês, ambos em regime semiaberto.
Todos os condenados participaram do episódio ocorrido em 6 de dezembro de 2009, no Estádio Couto Pereira, quando o campo foi invadido por torcedores revoltados com o rebaixamento do Coritiba. De acordo com o promotor de Justiça Marcelo Balzer Correia, que atuou no júri, "a condenação é uma resposta da sociedade curitibana à prática de condutas corriqueiras e criminosas por parte das torcidas organizadas, cujos grupos delimitam os territórios da capital sobre os quais imaginam ter o domínio, valendo-se da massa para perturbar a ordem pública e cometer delitos. No entanto, o Estado está vigilante e resolutivo para coibir ações dessa natureza".
O episódio – A confusão que resultou nas condenações ocorreu após o jogo entre o Coritiba e o Fluminense, que terminou com empate em 1 x 1, resultando no rebaixamento do time paranaense. Com um estádio lotado com 35 mil torcedores, integrantes da torcida organizada do Coritiba (Império) invadiram o gramado para agredir árbitros, jogadores e integrantes das comissões técnicas. Os policiais tentaram conter os torcedores e também foram atingidos.
Dentre as agressões mais graves ocorridas durante o episódio, destacam-se as sofridas por um policial militar, que, mesmo após desmaiar em campo, continuando sendo espancado pelos agressores. Os torcedores condenados portavam instrumentos contundentes e assumiram, portanto, o risco de matar.