Satisfeito e com sentimento de quero mais. Assim o técnico Tite apareceu para uma demorada e descontraída entrevista após o empate por 1 a 1 com o Santos, na última quarta-feira, e a classificação à final da Libertadores. Com a vaga assegurada, o treinador fez uma análise da semifinal e garantiu que o Corinthians mereceu chegar à decisão.
"O time mereceu em 180 minutos. Ainda é pouco para a história, para nossas ambições, mas vale muito e está registrado pela qualidade que o grupo, essa equipe tem", afirmou, não aceitando que ninguém desmereça as apresentações de seu grupo.
Responsável por uma mudança tática que mudou o rumo da partida, com o deslocamento de Danilo para a beirada e a entrada de Liedson no meio, no intervalo, ele tampouco preferiu colher os méritos sozinho.
"Fico contente em proporcionar a alegria aos outros. Dividir me deixa ainda mais feliz. E também por outra coisa: não tem vencer a qualquer custo, dando porrada e o que não seja do jogo. Corinthians mereceu classificar contra o extraordinário time campeão da Libertadores do ano passado. Mereceu em 180 minutos", repetiu.
O treinador, após a partida, disse que ia tomar uma "caipirinha gigante" com a mulher, Rose, e o filho Matheus. Ao acordar esta manhã sua missão seria ver a alegria do torcedor, do time e curtir a classificação.
À tarde ele comanda um treino para os reservas e à noite ficará na frente da televisão acompanhando quem será o adversário da final: Boca Juniors ou Universidad de Chile, a quem garante não ter preferência. E, mesmo com o placar de 2 a 0 para o Boca no primeiro jogo, Tite não acredita em vantagem argentina no Chile.
"Está em aberto. A La U reverteu um placar que achei que seria difícil contra o Deportivo Quito (nas oitavas de final) depois de um 4 a 1 (fez 6 a 0). E a equipe está junta há muito tempo", alertou. "É uma escola de triangulação, de troca de passes. O Boca é equipe sólida, consistente, cascuda, experiente, rodada, que a bola não queima no pé, fria para disputar uma competição desta grandeza", avaliou. "São escolas diferentes, uma clássica e outra de triangulação. Teremos de jogar com a mentalidade de que precisamos ser fortes."
O comandante corintiano não quis rebater comentários dos santistas, nem mesmo a torcida de Neymar por sua equipe na final, para evitar possível ar de deboche. Elogiou a postura do time e falou que muita gente vai namorar mais tranquilo após o triunfo corintiano. Até mesmo ele, que merece.