Tite não fez esforços para acabar com os boatos de que os jogadores da seleção brasileira que atuam na Europa não querem participar da Copa América. A história foi divulgada no início da noite desta quinta-feira (3) pela Rádio Gaúcha, de Porto Alegre.
O treinador revelou que o elenco teve uma reunião com o presidente da CBF, Rogério Caboclo, mas não quis falar sobre o posicionamento dos atletas ou o que foi discutido.
"Eles têm uma opinião, externaram ao presidente, e vão externá-la ao público em um momento oportuno. Inclusive, isso tem a ver com a ausência do nosso capitão, Casemiro, aqui nesta entrevista", disse o treinador.
Leia mais:
Filipe Luis diz que foi comunicado do afastamento de Gabigol no Flamengo
Flamengo e Atlético empatam em reencontro com pênalti perdido e Gabigol torcedor
Londrina EC conhece calendário 2025 com definição do Paranaense e Série C
Antes presa fácil, rival gerou pipoca em Neymar com ajuda de 'brasileiros'
O volante do Real Madrid estava programado para falar ao lado de Tite nesta quinta, mas não apareceu. Nesta semana, nenhum jogador da seleção falou com a imprensa, algo que não é comum.
Dos 24 convocados para as partidas contra Equador e Paraguai, pelas Eliminatórias, 21 estão no futebol europeu.
Tite não quis dizer se é a favor ou contra a realização da Copa América no Brasil. Garantiu, porém, que vai dar sua opinião após os dois jogos pelas Eliminatórias. Nesta sexta (4), a equipe recebe o Equador. Na próxima terça-feira (8), visita o Paraguai.
"Não estou abrindo mão das respostas e estou colocando os fatos com discernimento e sensatez que tenho. É muito importante a Copa América. Mas mais importante é o nosso jogo amanhã. É jogarmos bem, porque vamos ser cobrados, inclusive pelo nosso torcedor. Ele cobra nossa posição. Temos posição clara. Mas deixa a nossa cabeça voltada para o jogo de amanhã. Entendo todos vocês e também entendo que é importante essa posição e não estou me eximindo".
Uma revolta dos mais importantes jogadores do futebol nacional será mais uma dor de cabeça para a organização da Copa América e para CBF, que tem enfrentado forte oposição desde que o país foi anunciado como sede na última segunda-feira (31).
A Argentina desistiu de abrigar a competição por causa do aumento de casos de Covid-19 no país. Por protestos populares, a Colômbia também abriu mão.
Desde o anúncio, jogadores da Argentina e Uruguai se manifestaram contra a realização da Copa América.
"Se a situação está complicada, não se pode jogar", disse Sergio Aguero, atacante da seleção argentina.
Questionado sobre os problemas enfrentados por Neymar, Tite também não quis se aprofundar. O atacante da seleção brasileira foi acusado de assédio contra uma funcionária da Nike, em 2016. A investigação interna da empresa veio à tona apenas na semana passada, publicada pelo The Wall Street Journal.
"Neymar veio fisicamente e tecnicamente muito bem, até pela sequência de jogos importantes. Em um momento importante, a gente consegue perceber a velocidade de raciocínio e execução. Sobre minha relação com Neymar, são quase quatro anos. A relação de respeito, lealdade, admiração. Mas não externo de forma pública. Quando tem que ser externada de alguma situação, é de forma particular. Não só com ele", disse o treinador.