O Corinthians conseguiu dar um passo importante rumo ao seu primeiro título na Libertadores na última quarta-feira, ao empatar por 1 a 1 diante do Boca Juniors, fora de casa, na primeira partida da decisão. Agora a equipe brasileira precisa apenas de uma vitória simples na próxima quarta, no Pacaembu, para conquistar a competição.
O resultado foi celebrado pelo técnico Tite, que, no entanto, fez questão de garantir que o confronto continua aberto. "Está em aberto. São duas grandes equipes que podem se enfrentar em igualdade na Bombonera e no Pacaembu. É igual, ambas têm experiência, qualidade técnica, a bola não queima no pé, agridem na marcação", declarou o comandante corintiano, que não deu entrevistas após a partida e só falou nesta quinta.
A preocupação do treinador se deve pelo histórico do Boca. Das seis conquistas do clube argentino na Libertadores, quatro foram diante de adversários brasileiros (Cruzeiro, em 1977; Palmeiras, em 2000; Santos, em 2003; e Grêmio, em 2007) e em todas estas ocasiões o título foi vencido longe da Argentina.
"O Boca tem uma equipe muito madura e não vão sentir, dentro ou fora de casa. Eles têm toda uma história com brasileiros. A não ser contra o Santos, em 1963, eles conseguiram vencer todas. Estamos com o pé no chão, continuamos fortes, e precisamos ter humildade para reconhecer o adversário que temos", afirmou, lembrando da única derrota do adversário em finais contra brasileiros: diante do Santos de Pelé, em 1963.
Apesar do pé atrás, o próprio Tite admitiu que o Corinthians conquistou um bom resultado fora de casa e que tem a seu favor o fator psicológico de atuar diante de seus torcedores. "O que temos a nosso favor é o aspecto emocional. Precisamos estar envolvidos para ficarmos concentrados, como viemos aqui e não sentimos o peso", comentou.
De acordo com Tite, o resultado poderia ter sido ainda melhor se não fosse a lesão de Jorge Henrique, ainda no primeiro tempo. Em seu lugar entrou Liedson e o esquema que vem sendo utilizado pelo Corinthians, com dois atacantes abertos e que ajudam bastante na marcação, precisou ser remodelado.
"A própria saída do Jorge Henrique, a mudança de esquema, fez a equipe sentir. Ganhamos um pivô, mas perdemos velocidade na transição. Não conseguíamos sair de trás, faltava a triangulação", analisou. "Depois coloquei o Emerson para dentro e o Liedson para lado, em cima do Roncaglia, movimentando por dentro. Foi assim que saiu a jogada do gol: o Paulinho tocou e o Emerson, por dentro, deu a assistência", completou.