Depois de anunciar nesta quinta-feira uma lista de 23 jogadores convocados para o amistoso que a seleção brasileira fará contra a Colômbia, no próximo dia 25 de janeiro, no Engenhão, no Rio, o técnico Tite admitiu que torceria por um empate no confronto, agendado para acontecer fora de uma data reservada pela Fifa para compromissos internacionais com a intenção de arrecadar fundos aos familiares das vítimas da tragédia aérea da Chapecoense, ocorrida no ano passado.
O treinador externou este desejo por causa das lindas homenagens feitas pelos colombianos do Atlético Nacional e seus torcedores à Chapecoense no final de novembro, após o acidente que matou 19 dos jogadores da equipe e um total de 71 pessoas no avião que caiu perto do aeroporto de Medellín, para onde o time catarinense viajava visando a partida de ida da final da Copa Sul-Americana.
"Nós (da seleção brasileira) falamos com o (José) Pekerman (técnico da Colômbia) ontem e fiz questão de agradecer a ele, ao povo colombiano, através dele, que é da minha hierarquia, por aceitar o jogo como forma de homenagem à Chapecoense e de a gente retribuir o carinho do povo colombiano. Sei do grau de competitividade, mas acima de tudo convergimos que o resultado, humanamente, pouco importa. Se tivesse algum jogo em que eu entrasse no campo e quisesse que ele terminasse em empate, seria esse", reconheceu Tite, em entrevista coletiva concedida na sede da CBF.
Tite, entretanto, fez questão de enfatizar que esse seria apenas o seu desejo hipotético de torcedor, lembrando que o mesmo não tira o peso da partida e nem a responsabilidade dos jogadores que foram convocados. "Inicialmente eu achei que (o amistoso) era conflitante. Pelo cunho dele, o jogo diz muito mais do que vencer ou perder, ele é de uma grandeza muito maior, mas ao mesmo tempo eu não vou retirar a ambição e os objetivos que um atleta individualmente tem", afirmou, para depois lembrar: Se (o amistoso) não valesse, nem faríamos treino".
Tite ainda aproveitou a entrevista coletiva desta quinta para pedir por uma presença em peso da torcida brasileira no Engenhão no próximo dia 25. Ele fez o clamor ao ser lembrado por um repórter de que um último balanço de vendas apontou que apenas cerca de 5 mil dos 40 mil ingressos colocados à venda para o amistoso com a Colômbia haviam sido vendidos.
"Vou abrir o coração. Aqui de longe eu olhava a homenagem do Atlético Nacional e pensei: 'Não vai colocar muita gente no estádio'. No dia, o estádio estava lotado e, quando vi as ruas lotadas, isso arrepiou. A gente não precisa que uma desgraça coloque nosso lado humano para fora. É uma coisa que não gostaríamos de estar fazendo, mas precisa ser feita. Agora que passa o evento (acidente aéreo), sofre o pai, a mãe, os irmãos, as esposas, os filhos. Espero que as pessoas se façam presentes", afirmou.