O início da pré-temporada dos clubes brasileiros trouxe consigo a certeza de que 2022 será mais um ano do futebol impactado pela pandemia de Covid-19. Até a manhã desta quinta-feira (13), os elencos dos times da Série A somam pelo menos 61 jogadores infectados, isolados e que perdem dias fundamentais de trabalho justamente no momento mais importante de preparação.
Os impactos são variados: desde um titular que perde alguns treinos e com isso atrasa sua preparação até o atraso na apresentação e aclimatação e entrosamento dos tão aguardados reforços para a temporada.
Em um calendário apertado, que prevê apenas 17 dias de pré-temporada, a quarentena pode custar mais da metade deste período de preparação.
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Há ainda as possíveis sequelas do vírus, que, em última instância, podem impactar também no desempenho de um atleta. Ninguém ainda sabe com certeza os efeitos que a Covid-19 pode ter a longo prazo, mas um estudo recente concluiu que pessoas não vacinadas podem apresentar fadiga além do normal por até um ano após a infecção pelo coronavírus, mesmo os assintomáticos -ainda não há versão semelhante com vacinados.
A curto prazo, a Covid-19 vira problema enorme em clubes com novos surtos, como nos casos de São Paulo e Palmeiras. Os dois rivais somam 21 jogadores infectados pelo coronavírus, um terço do total revelado pelos 14 times da Série A que divulgaram os resultados de seus respectivos elencos.
O São Paulo se reapresentou sem quatro jogadores e diagnosticou mais sete casos na primeira bateria de exames de 2022, feita na terça (11). Neste cenário, o técnico Rogério Ceni tem apenas dois terços do elenco principal à disposição no começo do ano -o time estreia na temporada em duas semanas, no dia 27.
No Palmeiras, só no elenco principal já são dez atletas afastados da pré-temporada após testes positivos, o que obrigou Abel Ferreira a completar os treinos com garotos da base -o time já tem jogo marcado para o dia 26. A conta aumenta com as categorias de base, porque a equipe que disputa a Copinha está desfalcada de cinco atletas isolados, incluindo o atacante-sensação Endrick.
Fortaleza (oito jogadores), Santos (sete) e Red Bull Bragantino (seis) abrem o ano com impactos semelhantes da Covid-19 em seus elencos. Já o Juventude tem cinco profissionais afastados, mas não detalha se são jogadores, membros da comissão técnica ou funcionários do departamento, e no Coritiba o problema é na diretoria -tanto o presidente Juarez Moraes e Silva quanto os vices Jair José de Souza e Maurício Gulin tiveram que ser afastados.
Cinco clubes do Brasileiro não divulgaram os resultados dos testes de Covid-19 feitos por seus elencos nesta pré-temporada: América-MG, Avaí, Coritiba, Cuiabá e Goiás. O Atlético-MG ainda não se reapresentou, enquanto o Athletico trabalha apenas com o time de aspirantes.
Também há os reforços que precisaram adiar a chegada a seus novos clubes, como é o caso de Felipe Melo no Fluminense, do lateral Rafael no Botafogo e da dupla Bryan García e Jonathan no Athletico. O caso mais recente é o do atacante Zé Roberto, que só poderá ser apresentado oficialmente pelo Ceará quando testar negativo.
No Corinthians, a Covid-19 adiou os exames do goleiro Ivan, prestes a ser contratado, e também fez Sylvinho abrir a pré-temporada sem Jô, Renato Augusto e Willian, mas os meias já testaram negativo e foram reintegrados. O Internacional tem um caso positivo -Gabriel Mercado, que ainda está na Argentina- e outro suspeito, envolvendo Boschilia. Já o Flamengo só tem Matheuzinho afastado.
Até o Atlético-MG, que ainda nem se reapresentou, indiretamente também foi alcançado pelo vírus. Anunciado como reforço para esta temporada, o zagueiro Diego Godín testou positivo e precisou ser isolado no CT da seleção uruguaia, onde treinava para o retorno das Eliminatórias.
Atletas da Série A que têm ou tiveram Covid-19 nesta semana:
São Paulo (11): Calleri, Danilo Gomes, Gabriel, Miranda, Pablo, Patrick, Rafael Silva, Reinaldo, Rodrigo Nestor, Thiago Couto e Tiago Volpi;
Palmeiras (10): Breno Lopes, Deyverson, Gabriel Menino, Gustavo Scarpa, Jorge, Matheus Fernandes, Patrick de Paula, Rafael Navarro, Rony e Weverton;
Fortaleza (8): Depietri, Igor Torres, Landázuri, Matheus Jussa, Max Wallef, Ronald, Titi e Wagner Leonardo;
Santos (7): Ângelo, Carlos Sánchez, Léo Baptistão, Luiz Felipe, Marinho, Sandry e Vinícius Zanocelo;
RB Bragantino (6) e Juventude (5): não divulgam os nomes;
Ceará (4): Iury Castrilho, Kelvyn, Vinícius Machado e Zé Roberto;
Corinthians (3): Jô, Renato Augusto e Willian;
Athletico (2): Bryan García e Jonathan;
Botafogo (2): Gatito Fernández, Rafael;
Internacional (2): Gabriel Mercado e Boschilia (este, suspeito);
Atlético-GO (1): Luan Polli;
Flamengo (1): Matheuzinho;
Fluminense (1): Felipe Melo.