Parecia que a novela envolvendo Dudu, São Paulo e Corinthians estava encerrada. Parecia. Sem receber as garantias bancárias do time do Parque São Jorge, o Dínamo de Kiev se reuniu com o São Paulo, acertou os valores e liberou o atleta para assinar com o clube. O novo capítulo, porém, ainda não é necessariamente o último. Seus agentes querem de qualquer jeito encaixá-lo no Corinthians.
Segundo duas fontes ouvidas pela reportagem, os ucranianos disseram que o Corinthians não tem como pagar pelo atleta e temem levar um calote em caso de negociação. Desta forma, preferiram negociar com o São Paulo, que oferece R$ 11 milhões contra R$ 13 milhões do rival, mas já apresentou as garantias necessárias e fechou negócio.
Resta, agora, a outra ponta do cabo de guerra. Apesar de saber que os corintianos não conseguiram comprovar que têm condições de arcar com o valor da transferência, os empresários de Dudu tentam forçar o acordo. Bruno Paiva, que representa o jogador no caso, é acusado pelo lado são-paulino de "advogar" a favor do rival, fato que fez o clube passar por cima dele e negociar diretamente com o Dínamo.
Até as declarações do jogador de que prefere atuar no rival são vistas com ressalva. "Em 2012, ele disse que jogar aqui (São Paulo) seria um sonho. É um menino que está sendo manipulado por uma pessoa com interesses bastante obscuros, para usar uma palavra gentil", disse um dirigente que acompanha as conversas de perto. Naquele ano, o São Paulo tentou contratar o atacante a pedido de Ney Franco, mas as conversas não evoluíram.
A não ser que o Corinthians arrume o dinheiro rapidamente - o que até mesmo pessoas dentro do clube acham improvável acontecer -, a situação é a seguinte: ou Dudu acerta com o São Paulo ou terá que voltar para a Ucrânia, o que ele não quer.
Responsáveis pela negociação do lado são-paulino, o vice de futebol Ataíde Gil Guerreiro e o gerente executivo Gustavo Vieira de Oliveira estão "internados" na negociação não irão se pronunciar até a assinatura de contrato - seja com qual time for. A dupla recebeu aval do presidente Carlos Miguel Aidar para não medir esforços para dar o chapéu no rival.
O Corinthians, por sua vez, dá de ombros para os rivais e diz que a situação está acertada com o jogador e o agente e que o vínculo pode ser assinado a qualquer momento. Resta saber qual lado do cabo de guerra será o mais forte.