Nem para treino serve. O amistoso do Brasil amanhã contra o Panamá na Baixada, às 15:15, perdeu ainda mais prestígio com a ausência de quatro jogadores que atuam na Europa e não foram liberados por seus clubes. O meia Rivaldo, que atua no Barcelona e o lateral esquerdo Júnior, do Parma, devem apresentar-se a Seleção somente na quinta-feira. O atacante Élber e o zagueiro Lúcio, que jogam no futebol alemão, devem chegar apenas no domingo.
A não-apresentação dos jogadores irritou Scolari, que pretendia utilizar contra o Panamá pelo menos três destes jogadores. "Pretendia utilizar o mesmo sistema tático que vou usar contra o Paraguai. Mas não tenho jogadores no atual grupo com a mesma característica dos que não se apresentaram, e vou ter que mudar tudo", lamenta o treinador.
Mesmo com apenas dezoito jogadores no elenco, quantidade insuficiente para realizar até mesmo um coletivo, a comissão técnica não pretende convocar jogadores que atuam no Brasil para repôr os ausentes. "Não sabemos ainda que medidas iremos tomar contra os clubes que não liberaram os atletas, mas uma coisa é certa: eles continuam convocados até o dia 15" garante o coordenador técnico da seleção, Antonio Lopes.
A estratégia de manter a convocação serve para forçar os clubes a não utilizar os brasileiros. Segundo o estatuto da Fifa, as agremiações que não atenderam às convocações para a seleção podem ser punidas com advertência, suspensão ou até mesmo a perda de pontos dos jogos que disputarem com os jogadores "ilegais".
A razão dada pelos clubes europeus para não ceder jogadores para a seleção foi uma resolução da Conmebol que não reconhece a legitimidade de amistosos realizados no período das Eliminatórias da Copa do Mundo. O artifício irritou a comissão técnica, que já havia pedido um parecer do departamento jurídico sobre o assunto.
"Pedimos a liberação dos jogadores dentro do prazo de 14 dias, e verificamos todos os possíveis impasses. Fizemos tudo na legalidade", afirmou Scolari, que acredita que outros interesses podem estar envolvidos no assunto. "O jogo contra o Paraguai (no próximo dia 15, em Porto Alegre) pode ser decisivo para a participação do Brasil na Copa. Temos que ver quem tem interesse na ida ou na ausência do Brasil na Copa, que sempre é um competidor de peso", declarou.