O São Paulo sofreu com "apagões" no início dos dois tempos e perdeu por 3 a 2 para o Emelec, no Estádio George Capwell (EQU), mas está classificado à semifinal da Copa Sul-Americana - fez 4 a 2 no Morumbi. A boa atuação de Kaká e os gols de Alan Kardec e Ganso, ambos no primeiro tempo, minimizaram a péssima atuação do sistema defensivo e deram a vaga ao clube paulista. Bolaños fez os três para os equatorianos, dois de pênalti.
O próximo oponente será definido já na madrugada de terça para quarta-feira: o Atlético Nacional (COL), que venceu em casa por 1 a 0, vai enfrentar o Cesar Vallejo no Peru. A semi começará a ser disputada na segunda quinzena deste mês.
O início de jogo não foi nada animador para os cerca de dez são-paulinos que estavam no estádio. O time conseguiu a proeza de tomar um gol logo aos 19 segundos de bola rolando, com Bolaños aproveitando a liberdade concedida por um bote errado de um perdido Alvaro Pereira e pela lentidão de Edson Silva no mano a mano.
A festa da torcida e o gol-relâmpago empolgaram os equatorianos, que precisavam só de mais um gol e asfixiaram o São Paulo por quase meia hora. Enquanto os mandantes corriam de maneira impressionante e pareciam se multiplicar, os jogadores mais qualificados do Tricolor não se encontravam: Kaká, Ganso e Michel Bastos mal tocavam na bola e o mais lúcido era um marcador, o capitão Denilson (segue o rodízio promovido por Rogério Ceni). Alan Kardec era um mero espectador.
Mas não há time no mundo que suporte o ritmo alucinante do Emelec por muito tempo. Além do cansaço natural do adversário, o time de Muricy Ramalho cresceu quando seus meias despertaram e conseguiram segurar a bola. O empate veio na bola parada, aos 29 minutos: Michel Bastos bateu falta, Paulo Miranda escorou e Kardec deu o ar da graça para tocar na saída do estabanado Dreer. A virada veio dez minutos depois com um dos lampejos de "tiki-taka" que o São Paulo vem tendo. Michel Bastos, Souza e Kaká, com direito a giro sensacional e passe açucarado do camisa 8, construíram a jogada que terminou com gol de Ganso.
O apagão no início do segundo tempo foi ainda pior: Paulo Miranda e Alvaro Pereira cometeram pênaltis que Bolaños converteu, aos três e sete minutos. O hat-trick do atacante deixou o Emelec a um gol de levar a decisão para as penalidades. O agravante foi que o Tricolor, vindo de desgastante sequência de jogos, sentiu a perna pesar - sobretudo Kaká.
Dessa vez menos afobado, o time da casa soube trocar passes e envolver o São Paulo até achar espaço para finalizar. Rogério Ceni salvou quando deu e contou com a sorte em duas jogadas: aos 27 minutos, Mena ficou cara a cara com ele e bateu por cima; aos 38, Gimenez aproveitou erro de Hudson e carimbou o travessão.
Cansado de tanto se esgoelar pedindo para o time valorizar a posse de bola, Muricy tentou tapar o maior dos buracos ao tirar Alvaro Pereira, que vinha em noite infeliz, para a entrada de Ademilson. Michel Bastos foi para a lateral esquerda. Depois, ainda lançou Osvaldo no lugar de Kaká e Lucão no de Kardec para se segurar. E segurou!