Em jogo morno no Morumbi, São Paulo e Palmeiras não conseguiram alterar o placar na tarde deste domingo, em rodada do Campeonato Paulista. A partida, de poucas emoções, teve um primeiro tempo lento e sem graça, compensado em parte por um início de etapa final movimentado, com direito a expulsão do zagueiro Lúcio. Mesmo com vantagem numérica, o Palmeiras não conseguiu tirar o jogo do 0 a 0.
Apesar do tropeço em casa, o São Paulo manteve a liderança da tabela, agora com 23 pontos. Já o Palmeiras soma 17, na 7ª colocação, ainda dentro do G8, a zona de classificação para a próxima fase do Paulistão. O empate mantém a pressão sobre os dois times, em razão dos últimos resultados obtidos na Copa Libertadores. No caso do Palmeiras, a crescente pressão da torcida não foi amenizada depois das agressões de torcedores ao grupo, na Argentina.
Novas ameaças surgiram em pichações nos muros do Palestra Itália na manhã deste domingo. Por esse motivo, a diretoria precisou reforçar a segurança da delegação palmeirense no clássico. Com o resultado, o São Paulo estendeu o tabu de não perder para o rival no Morumbi há 11 anos. A última vez que o Palmeiras venceu os anfitriões no estádio foi em março de 2002, quando fez 4 a 2 pelo Torneio Rio-São Paulo, com direito a golaço do meia Alex. Desde então, foram 12 vitórias são-paulinas e oito empates.
O JOGO
A pressão imposta pelos últimos resultados se refletiu em muita marcação em campo e poucas emoções no primeiro tempo do clássico. Cautelosos, São Paulo e Palmeiras concentravam a movimentação no meio-campo e evitavam se arriscar no ataque. Por consequência, a torcida presente no Morumbi viu uma etapa inicial morna e amarrada.
As poucas chances de gol foram protagonizadas pelo São Paulo nos primeiros minutos. Aos 7, Luis Fabiano recebeu livre na entrada da área, tentou driblar Fernando Prass, mas parou na defesa do goleiro. E, aos 29, Rodrigo Caio cabeceou com perigo após cobrança de falta na área. Prass fez outra boa defesa.
A resposta do Palmeiras só veio na parte final do primeiro tempo. Aos 37, Vinícius escapou pela esquerda e bateu com perigo, para fora. Quatro minutos depois, Márcio Araújo acertou forte chute de fora da área e quase surpreendeu Rogério Ceni, que espalmou no reflexo. Depois de um primeiro tempo sem graça, o jogo "esquentou" na segunda etapa. A começar pela expulsão de Lúcio logo aos 4 minutos. Ele recebeu o cartão vermelho direto ao tentar acertar cotovelada em Valdivia.
Mesmo antes da expulsão, o Palmeiras já recomeçara o jogo melhor. Aos 2, Patrick Vieira, substituto de Charles, levara perigo em chute perigoso, rente à trave direita de Rogério Ceni. Motivado pela vantagem numérica, o visitante valorizou o bom momento e quase abriu o placar com Vinícius, aos 9.
Abalado pela expulsão e pelo crescimento do rival, o técnico Ney Franco promoveu mudanças no São Paulo. Trocou Wellington por Edson Silva para reforçar a defesa sem Lúcio. E colocou Jadson e Osvaldo nas vagas de Ganso e Luis Fabiano, advertido com cartão amarelo. Mas não obteve sucesso. Afora um lance de perigo de Aloísio e outro de Osvaldo, o São Paulo pouco ameaçou o gol palmeirense. O Palmeiras, por sua vez, dominava a partida. Contudo, criava raras jogadas de destaque no ataque.
Morno novamente, o jogo se resumiu nos minutos finais a trocas de passe do Palmeiras no meio-campo e ansiedade do São Paulo à espera de contra-ataques. Sem eficiência no setor ofensivo, os dois times não conseguiram tirar os zeros do placar. Os dois times voltam a campo na quinta-feira. O São Paulo vai enfrentar o Arsenal de Sarandi, na Argentina, pela Copa Libertadores, enquanto o Palmeiras duelará com o Paulista, no Pacaembu, em jogo adiado da 10ª rodada do Paulistão.