Terceiro colocado no Grupo E da Copa Libertadores, o São Paulo precisa de uma vitória nesta quarta-feira (30), contra o River Plate (ARG), em Avellaneda, para seguir com vida no torneio continental. A equipe do técnico Fernando Diniz soma apenas quatro pontos, três a menos que o segundo colocado, o River, e cinco a menos que a líder LDU (EQU).
Derrota para o time de Marcelo Gallardo causará a eliminação precoce do clube do Morumbi, que não cai na fase de grupos da Libertadores desde 1987. Em caso de empate, precisará torcer por um triunfo da LDU sobre os argentinos na última rodada e deverá golear o Binacional (PER) por uma improvável diferença de gols -atualmente, o River tem 11 de saldo, e o São Paulo, zero.
Se o quadro já é difícil pela situação na tabela, o São Paulo ainda desafia um outro aspecto não muito animador para o confronto desta quarta: o histórico na Argentina em jogos pela competição. Nas 13 partidas que disputou no país em toda a história da Libertadores, a equipe tricolor perdeu dez vezes, empatou outras duas e conseguiu um único triunfo -aproveitamento de 12,8%.
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"Sabemos da força do River, fizemos um bom jogo contra eles em São Paulo. Temos que melhorar o que fizemos contra eles para aumentar nossas chances lá na Argentina", disse Fernando Diniz depois do empate com o Internacional, no último fim de semana, pelo Campeonato Brasileiro. Por conta de uma reforma no Monumental de Nuñez, o River Plate decidiu mandar seus jogos em Avellaneda, no estádio Libertadores de América, que pertence ao Independiente.
O palco do jogo desta quarta, inclusive, não rende boas lembranças aos são-paulinos mais velhos. Em 1972 e 1974, nas duas primeiras visitas do clube à Argentina em compromissos pela Libertadores, saiu derrotado em ambas. A derrota de 1974, na final do torneio, forçou a realização de um jogo-desempate, já que o São Paulo havia vencido a primeira partida, no Pacaembu. No terceiro jogo da decisão, disputado em Santiago, no Chile, o Independiente venceu por 1 a 0 e ficou com o título continental.
Viajar à Argentina foi pedra no sapato dos são-paulinos até mesmo em suas campanhas vitoriosas. Na final de 1992, ano em que conquistou sua primeira taça na competição, o São Paulo foi derrotado pelo Newell's Old Boys (ARG), em Rosario, por 1 a 0, e precisou reverter a série no Morumbi. Com vitória pelo mesmo placar, levou a decisão para os pênaltis e, com defesa de Zetti na cobrança de Gamboa, se sagrou campeão.
No ano seguinte, o time do técnico Telê Santana reencontrou o Newell's, nas oitavas de final, e mais uma vez sofreu em Rosario. Após perder por 2 a 0 fora de casa, recebeu os argentinos no Morumbi e, com um triunfo por 4 a 0, conseguiu a classificação e caminhou para a conquista do bicampeonato. Em 1994, diante da oportunidade de alcançar um tricampeonato consecutivo, o torcedor tricolor imaginou o mesmo desfecho de 1992, quando usou a força do Morumbi para reverter o quadro e sair com o título. Mas não funcionou.
A partida de ida da final daquele ano terminou com vitória do Vélez Sarsfield (ARG) por 1 a 0, em Buenos Aires. No Cícero Pompeu de Toledo, o São Paulo também venceu por 1 a 0 e forçou a disputa por pênaltis, mas viu o goleiro paraguaio José Chilavert brilhar e ajudar o Vélez a levantar a taça da Libertadores. Recentemente, uma das tantas derrotas que o clube já registrou em suas visitas à Argentina ocasionou na pior campanha do São Paulo na competição.
Em 2019, contra o Talleres (ARG), em Córdoba, o time então comandado por André Jardine perdeu por 2 a 0. Após não conseguir sair de um empate sem gols no Morumbi, se despediu da Copa Libertadores ainda na segunda fase. A queda resultou na demissão de Jardine. Para o são-paulino mais supersticioso, há um dado no qual pode se agarrar para o duelo com o River Plate. Mesmo com todas as derrotas em solo argentino, o clube do Morumbi nunca perdeu para o River fora de casa na Libertadores.
Sua única vitória na Argentina foi justamente contra o adversário desta quarta, em 2005, na semifinal da competição. A equipe havia vencido o duelo de ida, na capital paulista, por 2 a 0, e foi com uma boa vantagem ao Monumental. Com gols de Danilo, Amoroso e Fabão, venceu os argentinos e garantiu um lugar na decisão, na qual conquistou o tricampeonato da América sobre o Athletico.
Todas as visitas do São Paulo à Argentina na história da Libertadores:
2019 - Talleres 2 x 0 São Paulo, Mario Kempes
2016 - River Plate 1 x 1 São Paulo, Monumental de Nuñez
2015 - San Lorenzo 1 x 0 São Paulo, Nuevo Gasómetro
2013 - Arsenal de Sarandí 2 x 1 São Paulo, Julio Humberto Grodona
2006 - Estudiantes 1 x 0 São Paulo, Centenario Ciudad de Quilmes
2005 - River Plate 2 x 3 São Paulo, Monumental de Nuñez
2005 - Quilmes 2 x 2 São Paulo, Centenario Ciudad de Quilmes
2004 - Rosario Central 1 x 0 São Paulo, Gigante de Arroyito
1994 - Vélez Sarsfield 1 x 0 São Paulo, José Amalfitani
1993 - Newell´s Old Boys 2 x 0 São Paulo, Marcelo Bielsa
1992 - Newell´s Old Boys 1 x 0 São Paulo, Marcelo Bielsa
1974 - Independiente 2 x 0 São Paulo, Libertadores de América
1972 - Independiente 2 x 0 São Paulo, Libertadores de América
RIVER PLATE
Armani; Montiel, Martínez Quarta, Pinola e Casco; Enzo Pérez, Ignácio Fernández, Nicolás De La Cruz e Julián Alvárez; Matias Suárez e Rafael Borré. T.: Marcelo Gallardo
SÃO PAULO
Tiago Volpi; Igor Vinícius, Diego Costa, Léo e Reinaldo; Tchê Tchê, Daniel Alves, Igor Gomes e Gabriel Sara; Brenner (Vitor Bueno) e Pablo. T.: Fernando Diniz
Estádio: Libertadores de América, em Avellaneda (ARG)
Horário: 21h30 (de Brasília) desta quarta-feira (30)
Árbitro: Cristian Garay (CHI)
Transmissão: SBT e Fox Sports