O Santos viveu em um intervalo de quatro dias uma reviravolta em seu astral. Com duas vitórias que o tiraram da zona de rebaixamento, o time de Vila Belmiro deixou de lado o negativismo que o levava cada vez mais para as últimas colocações e passou a enxergar um futuro melhor no Campeonato Brasileiro. Isso tudo, porém, acontece pouco antes de o Santos iniciar a sequência que mais lhe causou dor de cabeça no primeiro.
Ao bater Fluminense e Athletico-PR na semana passada, o Santos abriu cinco pontos de vantagem sobre os times que estão na zona de rebaixamento. Além de escapar do perigo de uma queda inédita para a Série B -pelo menos momentaneamente-, o que se viu foi foi uma mudança completa de comportamento. De um time apático que havia acabado de perder em casa para o América-MG, o Santos mostrou intensidade e vibração para conquistar pela primeira vez no Brasileirão duas vitórias consecutivas.
Até então, o Santos só havia conseguido emendar triunfos com jogos de outras competições. E só obteve o feito em quatro oportunidades. A primeira delas foi em março, com vitórias sobre Deportivo Lara (Libetadores) e Ituano (Paulista). Dois meses depois, vieram mais duas sequências: a primeira contra São Bento (Paulista) e Boca Juniors (Libertadores); e a segunda com Cianorte (duas vezes na Copa do Brasil) e Ceará (Brasileiro). Fechando a conta, no fim de julho, o SantosS emplacou triunfos contra Juazeirense (Copa do Brasil) e Chapecoense (Brasileiro).
De lá para cá, a redenção só aconteceu nesta semana, quando finalmente o técnico Fábio Carille pôde saborear uma melhora em seu retrospecto. Agora, são três vitórias, quatro empates e quatro derrotas, o que representa 39% de aproveitamento dos pontos disputados. Para manter esse quadro em evolução, no entanto, o desafio é contra alguns dos adversários que já criaram problemas ao Santos.
O primeiro deles é o Palmeiras, no domingo (7), na Vila Belmiro. No primeiro turno, o Santos tentava embalar depois de conseguir bons resultados contra São Paulo, Atlético-MG e Athletico-PR. No entanto, parou em um rival que vivia seu melhor momento na temporada. O triunfo alviverde por 3 a 2 no Allianz Parque foi desenhado no começo da partida. E o Alvinegro, na época, comandado por Fernando Diniz, esboçou uma reação nos 45 minutos finais, mas sem sucesso.
Contra os últimos nove adversários no Brasileirão, o Santos só conquistou uma vitória e somou sete pontos. O triunfo foi por um placar de 1 a 0 contra a lanterna Chapecoense na Arena Condá. A partida, entretanto, foi marcada por uma grande atuação do goleiro João Paulo, que impediu os catarinenses de saírem com pelo menos um empate em casa. O gol alvinegro também teve polêmica, já que um pênalti foi apitado após o VAR pedir para o juiz revisar o lance.
Nos demais jogos, o Santos ainda mostrou bom desempenho nos empates contra Red Bull Bragantino, fora, e Internacional, na Vila Belmiro -ambos por 2 a 2. Em outras igualdades, teve desempenho abaixo da crítica. Ficou em um empate sem gols com o Corinthians na Vila Belmiro e segurou um 1 x 1 diante do Fortaleza na Arena Castelão. Contra os cearenses, mais uma vez a estrela de João Paulo brilhou ao defender uma cobrança de pênalti nos instantes finais.
Para completar o retrospecto ruim diante dos próximos adversários, vieram mais três derrotas. Na Vila Belmiro, foi batido pelo Atlético-GO em um momento que o time também se dedicava à Copa Sul-Americana, e foi humilhado pelo Flamengo com uma derrota por 4 a 0. Como visitante, levou 2 a 1 do Cuiabá na última rodada do primeiro turno. Esse resultado foi decisivo para que a diretoria optasse pela demissão de Fernando Diniz.
A sequência final do primeiro turno teve um aproveitamento de 21,2% dos pontos disputados. Se repetir os resultados, o Santos terá dificuldade para alcançar aquele que virou seu principal objetivo no Brasileirão - permanecer na elite. Com mais esses hipotéticos sete pontos, o Santos chegaria a 42 pontos, que não é considerado um número seguro para quem tem o objetivo de fugir do rebaixamento.