O Santos sofreu nesta sexta-feira nova derrota nos tribunais na tentativa de ter acesso aos documentos relativos à negociação de Neymar com o Barcelona. O Tribunal de Justiça de São Paulo negou liminar pedida pelo clube, que tenta conhecer os detalhes do contrato entre o time espanhol e a NN Consultoria Esportiva e a Neymar Sports Marketing.
Na decisão divulgada nesta tarde, o desembargador José Luiz Mônaco da Silva argumentou que faltou fundamento jurídico por parte da defesa santista. E alegou que a exibição dos contratos não é urgente. "No caso vertente, o agravante não apontou fundamentação relevante que justificasse a pronta exibição dos documentos mencionados na petição inicial", registrou o relator, no documento oficial.
Assim, o Santos terá que esperar pela sentença para saber se poderá ter acesso à documentação das empresas do pai de Neymar. Trata-se da segunda derrota seguida do Santos nos tribunais. Nesta semana, o clube fracassou ao pedir uma liminar sobre o caso na 3ª Vara Cível de Santos, já que o juiz Gustavo Louzada indeferiu o pedido santista.
O clube está acionando a Justiça porque acredita ter direito à parte do dinheiro pago pelo Barcelona diretamente às empresas do pai do atacante. A preocupação é com relação aos 40 milhões de euros que foram pagos pelo Barcelona à N&N (de Neymar e Nadine, pais do jogador), após acordo firmado entre as duas partes ainda em 2011, como garantia da preferência do atacante em se transferir para o clube espanhol em 2014, quando acabava seu vínculo com o Santos.
Quando explodiu a polêmica da venda de Neymar, que já derrubou até o presidente do Barcelona, Sandro Rosell, a direção do Barça afirmou que o gasto do clube com a contratação foi de 57,1 milhões de euros (R$ 187,2 milhões), dos quais 40 milhões de euros (R$ 131,2 milhões) foram para a empresa N&N, que pertence ao pai de Neymar, e 17,1 milhões de euros (R$ 56 milhões) para o Santos dividir com a DIS, que era dona de parte dos direitos do jogador.
O Santos e os investidores questionam por que é que, mesmo donos da maior parte dos direitos econômicos do jogador, receberam quantia tão pequena dentro do custo total da contratação. Para isso, pedem acesso aos contratos firmados entre o Barcelona e os representantes de Neymar.