Embora o motivo apresentado para a renúncia de Nicolás Leoz dos seus cargos na Fifa e da presidência da Conmebol seja a fragilidade de seu estado de saúde, a notícia chega na sequência de uma investigação ao dirigente conduzida pela entidade máxima do futebol.
Segundo notícia publicada em janeiro deste ano pelo site uruguaio urgente24.com, o dirigente paraguaio teria recebido dinheiro para votar a favor da candidatura do Qatar para sede da Copa do Mundo de 2022.
Além de Leoz, o argentino Julio Grondona, presidente da Associação do Futebol Argentino (AFA), está sendo investigado pela Fifa. Os dois teriam recebido US$ 20 milhões (R$ 40,3 milhões), cada um, em troca de votos para a candidatura do país árabe.
Na ocasião, o Qatar conseguiu 14 dos 22 votos possíveis para receber a Copa de 2022. Tal votação foi realizada em outubro de 2010, e teve desdobramentos importantes como trocas de acusações e renúncias de dirigentes.
Em junho de 2011 o presidente da Concacaf, Jack Warner, renunciou após ser investigado por corrupção. Depois ele acusou Leoz, Grondona, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o africano Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana de Futebol, de terem recebido propinas do Qatar. Teixeira foi outro que pediu renúncia e acabou sucedido por José Maria Marin na Confederação Brasileira de Futebol.
O esquema de suborno foi arquitetado por Mohammed Bin Hamman, na época presidente da Confederação Asiática de Futebol, e que acabou sendo banido do esporte pela própria Fifa.