O relator da CPI da Nike, deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP), relator da CPI que investiga denúncias de irregularidades no futebol brasileiro, acredita que o ao final dos trabalhos da comissão, os parlamentares deverão propor um conjunto de medidas para conter a crise do esporte, que sofre com contratos irregulares, elisão fiscal, dívidas de clubes e calendários de campeonatos que prejudicam o desempenho de atletas. O deputado visitou a Exposição Agropecuária de Londrina na tarde deste Sábado (3103), acompanhado do colega de bancada, Alex Canziani (PSDB-PR), que também integra a mesma CPI.
Segundo o deputado, as investigações se justificam na grande crise do esporte mais popular do país, marcado por escândalos como envio de menores de idade para clubes do exterior e dívidas milionárias de federações, que comprometem campeonatos e o desempenho de equipes. Segundo ele, nesta semana deverão ser ouvidos o sócio da Pelé Sports, Hélio Viana, diretores da Nike, além do ex-técnico da Seleção Brasileira, Wanderley Luxemburgo, cujo depoimento está marcado para a próxima Quinta-feira. No dia 10 de abril, a CPI ouvirá o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira.
De acordo com o relator, em 70 dias de atividades foram ouvidas nada menos do que 70 pessoas, metade das quais estão sendo investigadas, inclusive com sigilo fiscal quebrado. De acordo com Sílvio Torres, paralamente aos depoimentos, a CPI organiza painéis frequentes para colher sugestões sobre melhorias para o esporte.
"Vivemos um estado de total desorganização, é a maior crise do esporte mais popular", define o parlamentar. Ainda segundo ele, o futebol brasileiro movimenta U$S 15 milhões/ano. "Tudo isto é administrado de forma amadora, sem controle do principal interessado que é o torcedor", resumiu o deputado.
Esta foi a primeira visita do parlamentar à Exposição de Londrina. Acompanhado do colega de bancada, Alex Canziani, ele deu entrevistas e percorreu estandes. No final, o parlamentar elogiou os organizadores e disse que o Paraná, como também o seu estado natal, São Paulo, têm na agropecuária a mola propulsora da economia.