O racha entre Marcos Braz e Cacau Cotta na diretoria do Flamengo -motivado por pretensões políticas- tem causado desdobramentos e mudanças diretas no modus operandi do departamento de futebol rubro-negro.
O principal motivo do racha é que ambos estão como pré-candidatos a vereadores no Rio. Braz, que é vice de futebol, busca a reeleição. Cotta, por sua vez, pretende ingressar pela primeira vez na Câmara.
Diretor de Relações Externas do clube, Cacau Cotta não exerce mais a função junto à Ferj, CBF e Conmebol. A decisão foi tomada em conversa com o presidente Rodolfo Landim, na última terça-feira, antes da derrota para o Palestino, pela Libertadores.
Cacau ainda faz o "meio de campo" em alguns assuntos relacionados à logística dos jogos. A presença em eventos como arbitral, por exemplo, não vai mais acontecer.
A mudança ocorre em meio ao chumbo trocado entre ele e Marcos Braz. O vice de Futebol já havia vetado o diretor em viagens do elenco e outras agendas. O clima passou a ser insustentável.
No último domingo, houve "alfinetadas" nas redes sociais. Braz ironizou o fato de a rodada do Brasil no último fim de semana não ter jogo às 11h. Cacau foi indagado por um torcedor, e respondeu que, neste momento, reclamações sobre calendário não teriam efeito.
A pré-candidatura de Cotta à Câmara pegou Braz de surpresa, e não foi bem digerida pelo vice de futebol e por outros dirigentes. Braz teme perder votos com o eleitorado rubro-negro tendo um concorrente interno na disputa por uma cadeira no legislativo.
Neste cenário, quem se fortaleceu foi Diogo Lemos, integrante do conselho de futebol. Ele é quem representará o Flamengo nos arbitrais a partir de agora, com participações pontuais de Marcos Braz.
EM LADOS OPOSTOS NA POLÍTICA
Cotta se lançou como pré-candidato a vereador pelo MDB. O dirigente postou um vídeo oficializando o fato ao lado do vice-governador, Thiago Pampolha; do secretário de Transportes, Washington Reis; e do deputado estadual Rosenverg Reis.
Marcos Braz é do PL, partido do governador Cláudio Castro. O político tornou-se desafeto de Pampolha e o demitiu do cargo de secretário de Ambiente e Sustentabilidade no Governo.