Futebol

Presidente da Uefa acusa ligas europeias de 'chantagem' por calendário

05 abr 2017 às 12:44

O presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, expôs nesta quarta-feira a crise com as principais ligas da Europa ao declarar que elas tentam "chantagear" o órgão governante do futebol no continente. A declaração foi realizada no Congresso da Uefa, que está sendo realizada em Helsinque, na Finlândia.

As Ligas Europeias de Futebol Profissional (EPFL, na sigla em inglês), que representam ligas de 25 países, vem criticando a Uefa desde que foram deixadas fora das conversações sobre mudanças na distribuição de vagas na Liga dos Campeões e da premiação em dinheiro.


Um acordo entre a EPFL e a Uefa para evitar confrontos no calendário expirou no mês passado, e as ligas disseram que agora seus campeonatos estariam livres para realizar jogos nas mesmas datas da Liga dos Campeões e da Liga Europa.


"Nós nunca cederemos à chantagem daqueles que pensam que podem manipular pequenas ligas ou impor sua vontade às associações porque elas pensam que são todos poderosos por causa das receitas astronômicas que geram", disse Ceferin no Congresso da Uefa.


Ceferin também disse que a Uefa está considerando a possibilidade de tomar medidas contra o abuso sexual no futebol de base após numerosas acusações na Grã-Bretanha nos últimos meses. "Não podemos fechar os olhos", disse. "Entre as soluções que estamos avaliando estão uma normativa, a criação de registros, formação e educação para jogadores e técnicos, ajuda legal para as vítimas e pressão sobre as instituições europeias sobre a prescrição dos crimes".


O Congresso da Uefa aprovou por unanimidade um pacote de reformas proposta por Ceferin para que os dirigentes de alto escalão da organização também ocupem cargos na associação nacional dos seus próprios países. Haverá também um limite de três mandatos de quatro anos na entidade europeia. As medidas visam assegurar que os dirigentes não estejam "fora do contato com a realidade", disse Ceferin.


O presidente da Fifa, Gianni Infantino, participou do congresso e disse que as eleições do ano passado encerraram anos de desentendimento entre os órgãos. "Esta estúpida rivalidade entre a Uefa e a Fifa não existe mais e não tem que existir", disse Infantino antes de abraçar Ceferin.


Os assentos no Conselho da Fifa foram confirmados para Sandor Csanyi (Hungria), Dejan Savicevic (Montenegro) e Costakis Koutsokoumnis (Chipre), que cumprirão mandato até 2021. Eles não tiveram adversários porque o candidato islandês Geir Thorsteinsson retirou-se da disputa e o russo Vitaly Mutko não estava elegível por causa de seu papel como vice-primeiro-ministro russo. Uma eleição será realizada em setembro para um quarto lugar no Conselho da Fifa.


Separadamente, o presidente da Associação de Futebol Alemão, Reinhard Grindel, foi nomeado para terminar o mandato do predecessor Wolfgang Niersbach no conselho, que vai até 2019. Niersbach foi suspenso do futebol no ano passado depois que o Comitê de Ética da Fifa o considerou culpado por não relatar uma possível má conduta relacionada à escolha da Alemanha como sede da Copa do Mundo de 2006.

O ex-jogador polonês Zbigniew Boniek estava entre os oito candidatos eleitos nesta quarta-feira para o Comitê Executivo da Uefa, juntamente com Grindel, John Delaney (Irlanda), Michele Uva (Itália), Karl-Erik Nisson (Suécia), Michael Van Praag (Holanda), David Gill (Inglaterra) e Servet Yardimci (Turquia).


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