Três dias depois de obter o acesso à elite com seis rodadas de antecipação, o goleiro Fernando Prass ainda tenta entender as cobranças vindas da torcida desde o empate em 0 a 0 com o São Caetano. Depois de algumas vaias e reclamações ao fim do jogo no Pacaembu, e até pichações no Palestra Itália, o camisa 25 vê o palmeirense 'de saco cheio' de acompanhar a Série B.
- Não é algo normal, mas a gente tem que tentar entender o que aconteceu. Estou há pouco tempo, mas pela opinião de alguns, o principal foi o empate que frustrou a festa. Mas o importante era chegar ao nosso objetivo, subir. É a segunda vez que o clube caiu, e na primeira a torcida abraçou, fez a festa na subida. Só que como esta é a segunda, saturou um pouco. Acho que é por isto mesmo, de eles estarem de saco cheio disto - disse Prass, lembrando do primeiro acesso alviverde, em 2003.
Menos de 24 horas depois do acesso, até os muros do Palestra Itália foram pichados, cobrando especialmente o presidente Paulo Nobre,pedindo projeto para o centenário, entre ofensas de que ele era "otário" e "safado", e o meia Valdivia. Na saída do Pacaembu, antes do ato de vandalismo, Prass já tinha dito que considerava exagerada a reclamação de alguns torcedores, após a torcida organizada iniciar cantos de cobrança. Entre os jogadores, houve a frustração pela atitude.
- Sinceramente eu não esperava uma grande festa, mas também não a reação que teve. Vou esperar o título, se vier, para ver qual será a reação, mas ela é de cada um. Teve a frustração mesmo, porque sabíamos que não ia ter uma grande festa, mas teria um ambiente mais positivo, mais alegre, e isso acabou frustrando - acrescentou.
Diante deste cenário, Prass nem cogita relaxar. O goleiro não quer férias antecipadas, e também não vê o time com dever cumprido na temporada. Ele ainda mira o título - mais três vitórias garantem o feito sem a necessidade de depender de outros resultados.
- Se eu entrar para trabalhar amanhã aqui e não for sério, o nível vai cair e a responsabilidade é grande, tanto com o clube, quanto com o meu nome. Não entro na onda de que 2014 já começou, porque se não for bem na reta final, nem vai começar 2014 para alguns aqui - completou.