Além de Patrícia Moreira, flagrada pelas câmeras chamando o goleiro Aranha de "macaco", a Polícia Civil do Rio Grande do Sul identificou mais quatro torcedores que xingaram o goleiro na Arena, no fim de agosto. Outros cinco gremistas estão em fase final de identificação e devem ser intimados a prestar depoimento nos próximos dias. Já foram nomeadas duas peritas fonoaudiólogas para fazer a leitura labial nas imagens e ajudar nas investigações.
A Polícia tem de concluir o inquérito até o dia 29, mas o comissário Lindomar Souza, responsável pelas investigações, já cogita a possibilidade de pedir prorrogação do prazo. "Pelo andamento dos trabalhos, acredito que precisaremos de mais tempo. Muitas testemunhas não têm colaborado. Elas tentam proteger os seus pares e falam apenas os apelidos das pessoas, sem maiores detalhes", disse à reportagem.
A Polícia está analisando mais de três horas de imagens enviadas pelo Grêmio, pela construtora OAS (administradora do estádio) e por emissoras de televisão. Há cenas do circuito interno da Arena que mostram os torcedores desde o momento da entrada, passando pelas catracas, até nas arquibancadas.
De acordo com Souza, além de Patrícia, outros torcedores assumiram que xingaram Aranha. "Disseram que não tinham conotação pejorativa e que era apenas um grito da torcida. Isso, no entanto, não exclui a responsabilidade dos seus atos e temos evidências suficientes de que cometeram crime de injúria racial qualificada", disse o investigador. A pena para esse tipo de crime varia de um a três anos de prisão.