A Polícia Civil abriu nesta quinta-feira (3) inquérito para apurar o ataque sofrido pelo presidente e pelo primeiro-secretário da torcida organizada Gaviões da Fiel, do Corinthians. Rodrigo de Azevedo Lopes Fonseca e Cristiano de Morais Souza foram agredidos, ao sair, na tarde de ontem (2), de reunião com líderes outras torcidas e representantes do Ministério Público no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.
O ataque, feito por um grupo ainda não identificado, deixou o presidente da Gaviões com os dois braços quebrados, e o primeiro-secretário teve de passar por uma cirurgia no maxilar. Segundo o advogado da torcida, Davi Gebara, eles estão em casa e passam bem. "Os dois estão bem, graças a Deus. Estão em casa, medicados", disse Gebara, ao sair da Delegacia de Polícia de Repressão e Análise aos Crimes de Intolerância Esportiva (Drade), onde o crime está sendo apurado.
A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que a equipe de investigação está analisando imagens de câmeras de segurança e buscando testemunhas que ajudem a esclarecer o crime. O caso foi classificado como lesão corporal grave.
De acordo com Gebara, durante o encontro com representantes do Ministério Público, foram discutidas formas de evitar a violência nos estádios e procedimentos para que os torcedores possam voltar a portar bandeiras e instrumentos de percussão durante os jogos. O advogado lembrou que houve uma reunião no Ministério Público para fazer um planejamento para 2016, justamente para evitar qualquer tipo de violência e para que bandeiras e baterias retornem aos estádios.
Gebara disse que, assim que os diretores de torcida agredidos estiverem em condições de saúde, vai acompanhá-los à polícia para que ambos forneçam informações.
Histórico de brigas
O presidente da Gaviões da Fiel, Rodrigo Fonseca, conhecido como Diguinho, é um dos réus no processo sobre a morte de dois torcedores palmeirenses em março de 2012. Na última segunda-feira (29), a juíza Flávia Castellar Olivério começou a ouvir as testemunhas de acusação do caso.
Fonseca também é réu pelo assassinato de um palmeirense em uma briga de torcidas em 2005, na Estação Tatuapé do metrô, na zona leste capital. O caso deveria ter ido a júri no ano passado, mas o julgamento acabou adiado por um recurso da defesa.