Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, publicou na quarta-feira (1º) uma carta aberta ao presidente das Rússia, Vladimir Putin, para pedir o fim da guerra contra a Ucrânia.
O apelo foi divulgado no Instagram no dia em que a seleção de futebol da ucraniana entrou em campo contra a Escócia em jogo das eliminatórias da Copa do Mundo do Catar. A disputa foi adiada em março passado devido à invasão russa.
"Vladimir Putin, hoje a Ucrânia tenta esquecer, ao menos por 90 minutos, a tragédia que ainda acontece em seu país. Competir por uma vaga na Copa do Mundo já é uma tarefa difícil. E se torna quase impossível com tantas vidas em jogo", comentou o craque brasileiro, que alegou ter redigido "pessoalmente" o texto.
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"Eu quero utilizar a partida de hoje como uma oportunidade de fazer um pedido: pare com essa invasão. Não existem argumentos que justifiquem a violência. Este conflito, assim como todos os outros, é perverso, injustificável e não traz nada além de dor, medo, terror e angústia. Não há razão para que ele perdure ainda mais tempo", acrescentou.
O tricampeão mundial, de 81 anos, frisou que "as guerras existem apenas para separar as nações e não há ideologia que justifique as balas de mísseis que enterram os sonhos das crianças, arruínam as famílias e matam os inocentes".
Na carta, Pelé recordou que se encontrou com Putin há cinco anos, antes da Copa do Mundo de 2018, quando trocou "sorrisos acompanhados de um longo aperto de mão".
"O poder de parar este conflito está em suas mãos. As mesmas que eu apertei em Moscou, em nosso último encontro em 2017", apontou.
Considerado o maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé teve uma das carreiras mais lendárias do esporte, marcando mais de mil gols antes de se aposentar, em 1977.
Atualmente, o ex-craque brasileiro passa por tratamento contra um tumor no cólon, descoberto em setembro de 2021. A mensagem é divulgada no momento em que o conflito na Ucrânia se aproxima de seu 100º dia, com combates ferozes sendo registrados no leste do país, depois que os militares russos falharam em sua tentativa de invadir Kiev.
A partida em Glasgow foi a primeira da seleção ucraniana desde o início da invasão e terminou com a vitória do país em guerra, por 3 a 1.
Veja a carta: