O londrinense Marcos Rogério da Cruz já merecia melhor sorte no Tubarão. Esquecido pelo técnico Roberto Fernandes - só atuou em alguns jogos no Campeonato Paranaense - o meia ainda aguarda uma oportunidade.
Aos 24 anos, ganhou força depois que venceu seu pior desafio na vida. Num domingo à tarde, dia 28 de abril do ano passado, sofreu uma entrada violenta do goleiro do Ponta Grossa e fraturou tíbia e fíbula da perna esquerda. Ficou oito meses longe dos gramados. Foram momentos de angústia e incertezas quanto ao futuro na profissão. Hoje, recuperado e em boa fase, avisa: quer ser titular: ''Só aparece quem joga'', diz.
Folha - O que acontece? Você treina bem, se destaca nos coletivos, mas muitas vezes não é nem relacionado.
Marcos Cruz - Olha, eu estou tranquilo. Tenho trabalhado durante os coletivos e os treinos técnicos procurando aprimorar. Desde a minha contusão eu não jogo, mas venho trabalhando para ser titular do meio-campo. O treinador tem uma concepção própria de ver os jogadores, tem as opções dele, e eu respeito isso.
Folha - Você acha que é algo pessoal?
Cruz - Eu prefiro colocar na minha cabeça que não é nada pessoal. Tenho certeza que é apenas um opção dele.
Folha - Com a contusão do Márcio Alan, na sua opinião, você acha que tem futebol para ganhar uma vaga no meio-campo?
Cruz - Com certeza. Se não tivesse essa convicção eu seria o primeiro jogador a descer lá no escritório e pedir a rescisão. Mas eu sei da minha qualidade, conheço meu potencial, e estou trabalhando para poder jogar.
Folha - E o apoio da torcida? Muitas vezes ela grita seu nome nos jogos.
Cruz - Na época do Campeonato Paranaense, quando já estava recuperado da fratura, voltei em alguns jogos e escutei a torcida pedindo minha entrada. O treinador meu deu algumas oportunidades e graças à Deus tive chance de corresponder. Vamos esperar que no sábado a gente possa estar no banco e ter o privilégio de entrar em campo e estrear na Série B.
Folha - Já pensou em deixar o time, jogar em outro lugar?
Cruz - Não, acho que eu sempre procurei colocar na minha cabeça mais trabalho. Quanto mais você mostrar, se dedicar dentro de campo, a oportunidade vai aparecer. Quem sabe aparece já no sábado?
Folha - Já teve propostas?
Cruz - Eu não gosto de falar nisso porque hoje estou trabalhando no Londrina e defendendo as cores do Londrina. Mas já tive algumas coisas sim, mas preferi ficar por aqui.
Folha - O que o motiva a continuar no Tubarão?
Cruz - O opoio que o clube me deu quando fraturei a perna foi muito grande e eu tenho um carinho enorme não só pelos dirigentes, como torcedor também, e até jogadores que eu conheço que me ajudaram bastante. Isso me motivou a ficar.
Folha - Você está pedindo uma chance?
Cruz - Não, eu não estou pedindo. Eu acho que todo jogador que está no elenco vai ter uma chance e quando aparecer a minha vou procurar aproveitar da melhor maneira possível.