Futebol

Oswaldo diz que pressão para escalar Gabriel Jesus pesou em sua saída

19 fev 2016 às 17:14

Demitido do Palmeiras em junho do ano passado, o técnico Oswaldo de Oliveira ainda guarda mágoas de alguns dirigentes do clube. Nesta sexta-feira, o treinador comentou sobre sua saída e admitiu que acredita ter sido dispensado pelo fato de tentar controlar a pressão sobre o atacante Gabriel Jesus.

"Foi uma luta muito grande ano passado, todo mundo forçando: 'Pô, Oswaldo, tem que botar o Gabriel para jogar'. E eu disse: 'Vamos com calma'. Mas é uma coisa que acaba extrapolando e acho até que há uma referência sobre esse caso na minha saída do Palmeiras", disse o treinador, em entrevista ao SporTV. "Quando tento controlar uma coisa que ninguém mais consegue controlar, quem vai sair é quem está tentando controlar", completou.


Oswaldo não tinha a intenção de inscrever Gabriel Jesus no Campeonato Paulista do ano passado. Acabou cedendo a pressão e a pedidos de membros da diretoria. O atacante tinha 17 anos e havia sido um dos destaques do time na Copa São Paulo, mas o treinador entendia que ele ainda não estava pronto para ser aproveitado entre os profissionais, ainda mais pelo fato de poder inscrever apenas 28 jogadores no Estadual.


A situação fez com que o Oswaldo lembrasse episódio parecido vivido nos tempos em que dirigia o São Paulo e precisou proteger o meia Kaká do assédio.


"Isso me faz voltar lá em 2002, quando Belletti, Kaká e Rogério (Ceni) voltaram da Copa do Mundo, era um negócio incrível. A gente foi jogar a Copa dos Campeões em Natal e eu não conseguia falar com os jogadores porque o assédio da torcida e o barulho que se fazia era muito grande. Cheguei a pedir para o Juca, o nosso assessor de imprensa, e a direção do São Paulo que limitassem esse assédio e a participação do Kaká em coisas externas. Não há como um garoto da idade que o Kaká tinha na época (20) e o Gabriel tem agora (18) se manterem equilibrados", completou o treinador.

Gabriel Jesus acabou ganhando destaque no ano passado, mas iniciou 2016 de forma irregular. Na última partida, contra o River Plate-URU, começou a partida no banco de reservas e não tem presença assegurada no clássico contra o Santos, sábado, às 17h, no Allianz Parque.


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