O presidente da Federação Paranaense de Futebol (FPF), Onaireves Moura, prestou depoimento ontem no 6º distrito sobre seu envolvimento no caso do lote de bilhetes aéreos roubados de uma agência da TAM. Em maio, Moura foi barrado no Aeroporto Afonso Pena ao tentar embarcar em um vôo com uma passagem que havia sido roubada em novembro por uma quadrilha em São Paulo. Moura tinha mais três passagens em seu poder, que foram compradas com um cheque da Federação nominal ao empresário Anthony de Moraes por R$ 2 mil.
No depoimento, o presidente da FPF admitiu conhecer bem Anthony de Moraes. Desde que o empresário serviu de intérprete a uma Comissão da FIFA que veio avaliar as condições da Arena da Baixada, ele prestou vários serviços à Federação, atuando inclusive na coordenação quando a seleção pré-olímpica hospedou-se em Londrina.
Moura afirmou que, devido aos vínculos anteriores, decidiu confiar em Moraes e adquirir as passagens. Segundo o presidente da FPF, Moraes afirmou que recebeu as passagens de um amigo a quem tinha vendido um carro, e que os bilhetes entraram na negociação como forma de pagamento. "Como a Federação faz muitas viagens, e o preço estava bom, resolvi comprar. Acabei sendo uma vítima no caso", afirma Moura.
O excesso de boa vontade de Moraes e Moura em aceitar passagens de proveniência duvidosa motivou o delegado Nasser Salmen a realizar uma investigação aprofundada sobre os envolvidos. Segundo o delegado, Anthony de Moraes já esteve envolvido com a emissão de cheque sem fundos no passado. "Vamos rastrear os cheques usados no pagamento das passagens para ver em que conta caíram. Como alguém aceita passagens abertas como pagamento por um carro?", indaga Salmen.
Na segunda-feira, deve ser ouvido Laércio Polanski, responsável pelo departamento financeiro da FPF. Polanski afirma que Moraes já vendeu passagens para a Federação em outras ocasiões.