Futebol

O tri de Chico Serra

23 out 2001 às 17:58

A renovada e emocionante Stock Car animou o final de semana do curitibano. Além da disputa de mais uma etapa do campeonato, pudemos acompanhar a definição do título da temporada na categoria mais veloz do automobilismo nacional.

Os carros estão fantásticos e os pilotos não decepcionam. É potência demais para quem não está acostumado. Quatrocentos e cinqüenta cavalos, ou cem a mais que no ano passado. Uma enormidade. Mesmo tendo sofrido um, dos vários acidentes que aconteceram na temporada, Chico provou que encontrou a estrutura ideal para suas conquistas. Rápido ele sempre foi, prova disso foi sua experiência na F1, mas faltava solidez ao longo do ano. Conseguiu e nos últimos três, não teve para ninguém. Aqui em Curitiba fez uma corrida perfeita, vencendo e comemorando o merecido título.


Para continuar falando da corrida, devo dizer que acompanhei mais a disputa no pelotão intermediário, onde vários pilotos se degladiavam, que pela liderança, afinal a consagração de Chico me parecia definida. Pois neste pelotão pude ver o bom desempenho de Rogério Mota, com quem passei a ter maior contato desde minha transferência para a Rádio Transamérica. O cara fez um corridaço. Largou na 16ª colocação e chegou em sétimo, mas o barato foram os meios e não o fim.


Depois de ser duramente pressionado por Flávio Nonô Figueiredo, Mota conseguiu chegar em Adalberto Jardim. A essa altura já era 8º colocado, mas tinha atrás de si pelo menos quatro famintos pilotos em busca de sua posição. Nonô e Duda Pamplona passaram a pressionar de forma inacreditável. No final da reta, os quatro chegavam lado a lado e várias vezes houve toques na disputa pela tomada. Sob pressão, Nonô passou a virar mais lento, segurando também Pamplona e dando um refresco para Mota e Jardim. Aí foi pressão total.


Jardim passou um sufoco danado, pois Mota era nitidamente mais rápido em todas as freadas, mas não conseguia oportunidade de ultrapassagem. Na última curva, Mota mostrou que o título da Light em 2000 não foi por acaso. Desceu o miolo com o pé embaixo e na tomada da curva da vitótia, após o "S" de alta, colocou o carro por dentro. Quando Jardim tentou buscar o traçado, já era tarde. Uma ultrapassagem magnífica, talentosa, daquelas que levantam a galera na asquibancada.

Essa foi a impressão que ficou, ao menos para mim. A consagração de um grande piloto, o tricampeão Chico Serra; e a afirmação de Mota entre os grandes. Uma bela corrida, emocionante e com grandes ultrapassagens. Valeu.


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