Futebol

Natação quer confirmar sua evolução em Atenas

11 ago 2004 às 11:18

São oito mulheres, ainda com jeito de meninas e com média de idade de 21 anos. Representam a nova geração da natação brasileira, que em sua primeira tentativa já estabeleceu o número recorde da participação feminina nos Jogos Olímpicos.

Até então, o Brasil havia sido representado no máximo por cinco mulheres nas edições de Berlim-36 e Londres-48. Nesta terça-feira, a equipe brasileira caiu na água para seu segundo treino em Atenas, no Olympic Aquatic Centre, localizado no Centro Olímpico de Maroussi, depois de cinco dias de aclimatação em Lisboa, em Portugal.


Mais do que lutar por vaga nas finais dos Jogos Olímpicos de Atenas- 2004, as mulheres brasileiras querem confirmar que o processo de desenvolvimento é um caminho sem volta. "A participação da Fabíola Molina em Sydney foi fundamental para este recorde em Atenas. A Confederação passou a investir mais nas mulheres, possibilitando que ganhássemos experiência internacional. Estamos mais bem preparadas e acredito que esse desenvolvimento se acentuará nos próximos anos", comentou Rebeca Gusmão, de 19 anos, que nadará os 50m e 100 livre, além do revezamento 4x100m livre.


Mariana Brochado, também de 19 anos, concorda com Rebeca e acredita que a realidade da natação feminina brasileira já é outra. "Vou mais longe. A participação da Gabriele Rose em Atlanta-96 já foi importante para todas nós. Nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo já demonstramos nossa força e nos aproximamos do Canadá", lembrou a nadadora.


Principal nome da natação brasileira, com quatro medalhas conquistadas em três participações olímpicas, Gustavo Borges considera normal a evolução feminina. "Uma hora isso iria acontecer. Agora elas farão sua própria história. Acredito que nos próximos anos haverá uma igualdade entre os homens e mulheres. A década de 90 foi nossa. Quem sabe essa próxima não será delas", indagou o nadador, que disputará apenas o revezamento 4x100m livre em sua quarta e última participação em Jogos Olímpicos.


O chefe de equipe da natação brasileira, Ricardo de Moura, por sua vez, diz que o número recorde de mulheres é fruto do trabalho iniciado em 1998, ano em que o Brasil conquistou três medalhas no Mundial da Juventude, disputado em Moscou, na Rússia. Flávia Delaroli ganhou a prata nos 50m livre; enquanto Rebeca Gusmão, nos 100m livre, e o revezamento 4x100m livre ficaram com o bronze. "A nova geração começou a surgir nesta competição e culminou com a boa performance em Santo Domingo, no ano passado. Mas renovação não é só gente nova na água. Faz-se também com resultados. Também estamos brigando por isso", analisou.

Informações da ABr


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