Absoluto no Brasil, tri paulista e atual campeão da Copa Libertadores, o Santos de Neymar vai precisar de sangue frio, maturidade e jogar muito para passar pelo desafio inédito contra argentinos, nesta quinta-feira, às 22 horas (de Brasília), no estádio José Amalfitani, em Buenos Aires. Os adversários serão o Vélez Sarsfield e os quase 50 mil torcedores que não vão parar de cantar nem mesmo se time deles estiver em desvantagem no placar ou sendo dominado.
Por causa de um pênalti desperdiçado pelo centroavante Santiago Silva, o Vélez Sarsfield deixou de cruzar com o Santos na decisão da Libertadores de 2011. Muito antes de o jogo começar, Neymar é o principal assunto entre os argentinos, principalmente por ameaçar o posto de Messi de melhor jogador do mundo, e também em razão de, com apenas 20 anos de idade, ter se tornado a nova referência da seleção brasileira.
"Espero fazer um grande jogo. Não só eu, mas todo o time do Santos", disse Neymar nesta quarta, antes de embarcar com o pé direito no ônibus do clube que levou o time do Centro de Treinamento Rei Pelé, em Santos, ao Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos (SP). A fera santista procurou mostrar respeito pelo Vélez Sarsfield, lembrando a boa campanha realizada pelo clube argentino na Libertadores do ano passado. "Vamos ter que entrar espertos não é por ser um time argentino, mas porque o Vélez é uma grande equipe".
Neymar evitou entrar em provocações até mesmo ao ser questionado sobre as declarações do seu marcador no jogo desta quinta, Gino Peruzzi, que teria ameaçado quebrá-lo. "Eu só quero jogar. E para fazer isso, preciso só de um campo e uma bola", respondeu, rindo. Provavelmente Neymar já sabia que a resposta de Peruzzi foi uma brincadeira, ao responder como reagiria se o atacante santista der uma "lambreta" para driblá-lo na partida.
Enquanto a geração de Robinho e Diego (2002) não conseguiu ganhar a Copa Libertadores de 2003 porque o adversário na final foi o Boca Juniors de Riquelme, o Santos de Neymar e Paulo Henrique Ganso já superou adversários de quase uma dezena de países do continente, do México ao Paraguai. Falta apenas um argentino e a sua catimba. E para deixar ainda mais dramático o desafio, o jogo será contra o Vélez que, em três jogos diante dos santistas, ganhou um e empatou dois.
A orientação do técnico Muricy Ramalho é para que o time não fuja de sua nova maneira de jogar e se preocupe em ficar com a bola e obrigar o Vélez Sarsfield a correr. Sem Fucile e Maranhão, contundidos, ele vai manter Henrique improvisado na lateral direita e terá o retorno de Adriano na cabeça de área. "Adriano é importante demais para o time porque joga bem sem a bola e é forte na marcação curta", definiu Muricy. Na frente, Alan Kardec continuará ao lado de Neymar.