A torcida do Flamengo queria show de Ronaldinho Gaúcho e, de quebra, três pontos a mais na tabela. Não houve espetáculo do estreante da noite, mas a vitória veio. A equipe derrotou nesta quarta-feira o Nova Iguaçu, por 1 a 0, no Engenhão, e está muito perto da classificação para as semifinais da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca. Permanece com 100% de aproveitamento no estadual e lidera o Grupo A, com 15 pontos.
"Foi um dia diferente. Essa torcida não tem o que falar. É uma das maiores emoções da minha vida. Todo mundo tem o Flamengo no coração e o meu aflorou demais. Nunca vou esquecer isso", disse Ronaldinho, emocionado.
Torcedores com máscaras do badalado jogador, um mosaico imenso nas arquibancadas com os dizeres "Bem-vindo, R10", canhões de serpentina, chuva de papel picado, balões coloridos e várias bandeiras em homenagem a Ronaldinho. Os rubro-negros deram as boas-vindas ao craque com muita criatividade e euforia.
Ao pisar no gramado junto com o time, a torcida foi à loucura. Gritou o nome do meia-atacante, que acenou para cada setor do Engenhão, a fim de agradecer a todos pelo carinho que vem recebendo. Antes do início de jogo, o lateral-direito Leonardo Moura passou a braçadeira de capitão para Ronaldinho, gesto aplaudido pelo público.
Posicionado para a saída de bola, o astro fez o sinal da cruz, olhou para o céu como se pedisse ajuda divina e ajeitou o cabelo, preso por uma faixa preta amarrada em sua cabeça. Aos 2 minutos, pegou pela primeira vez na bola, mas errou o lançamento.
Na primeira etapa, Ronaldinho esforçou-se, movimentou-se bem, ainda mais para quem não está totalmente em forma, ajudou na marcação - até cometeu faltas, talvez pelo excesso de vontade -, mas não brilhou intensamente. Errou vários passes, arriscou uma pedalada sem sucesso e deixou a sensação de que pode render muito mais.
Na verdade, nos 45 minutos iniciais, ele viveu de lampejos. Deu passe de letra para o atacante Deivid que, na sequência da jogada, quase resultou em gol e cobrou bela falta defendida pelo goleiro Diogo. "Está difícil (jogar). Eles marcam bem, estão bem fechadinho. Vamos procurar tocar mais para cansá-los", disse Ronaldinho, no intervalo.
Em uma das tribunas do Engenhão, dona Miguelina, mãe de Ronaldinho, e Assis, irmão e empresário do jogador, prestigiaram a estreia do novo camisa 10 rubro-negro, que retornou para a etapa final, porém não fez a diferença. Deu sinais de cansaço e caiu de produção. Mesmo assim, não se escondeu da partida. Mas aquele passe decisivo não saiu. Nem seu primeiro gol.
Coube ao atacante Wanderlei marcar o único gol da partida. A camisa que o astro usou na estreia vai virar acervo para o museu do Flamengo, a ser inaugurado em 15 de novembro deste ano na Gávea.