O Ministério Público do Rio (MPRJ) anunciou nesta terça-feira a suspensão por seis meses da Torcida Jovem do Flamengo (TJF) dos estádios de futebol de todo o País, em resposta ao assassinato do vascaíno Diego Martins Leal no último dia 19. A decisão respeita o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)assinado entre o MPRJ e as torcidas organizadas dos grandes clubes cariocas no ano passado.
Os membros da TJF não poderão frequentar os estádios com camisas, bandeiras e faixas referentes à torcida organizada, além de portar instrumentos musicais. Os torcedores, porém, não estão impedidos de ir aos jogos do Flamengo, desde que estejam descaracterizados como membros da uniformizada. O descumprimento de qualquer obrigação implicará multa de R$ 5 mil, além de novas suspensões.
Ao admitir o banimento por seis meses e assinar o compromisso, a torcida organizada evitou o ajuizamento de Ação Civil Pública (ACP), que poderia resultar em seu banimento por até três anos, de acordo com o Estatuto do Torcedor.
Na semana passada, a organizada Força Jovem do Vasco recebeu a mesma suspensão em decorrência do assassinato do flamenguista Bruno de Santa Ana Saturnino, em maio. Um inquérito investiga se a morte de Diego foi uma retaliação ao ataque a Bruno.
"Em função da simetria dos casos envolvendo as duas torcidas que resultaram na morte de torcedores durante a dispersão ou deslocamento para o estádio, com característica de emboscada, foi dado tratamento semelhante às agremiações. A medida tem por objetivo interromper o ciclo de violência e de vingança entre os torcedores", explicou o promotor Pedro Rubim.
Estas foram as duas mortes por violência de torcedores durante o deslocamento até jogos de futebol registradas desde a assinatura do TAC, em junho de 2011. Desde junho do ano passado, já foram aplicadas 22 suspensões a torcidas organizadas que se envolveram em episódios violentos.