O Ministério Público de São Paulo descartou a adoção da "torcida única", a presença só de torcedores santistas, no clássico de quarta-feira, entre Santos e São Paulo, na Vila Belmiro. O promotor Roberto Senise Lisboa, o mesmo que havia levantado a possibilidade de restrição de são-paulinos, afirma que os riscos de confrontos não estão "além da normalidade". "Não há dado indicando que na partida de quarta-feira teríamos risco além da normalidade. Por conta disso, o jogo terá duas torcidas", afirmou nesta terça-feira.
Os ingressos estão sendo vendidos normalmente na manhã desta terça-feira. Das 16 mil entradas, 700 são destinadas para os torcedores do São Paulo. Na tarde desta segunda-feira, o promotor havia declarado que aguardava documentação do serviço de inteligência da Secretaria de Segurança Pública e do Tribunal de Justiça para emitir um parecer. A partir desses relatórios, Senise confirmou que o jogo terá duas torcidas.
Na semana passada, Senise e o também promotor Paulo Castilho fizeram à Federação Paulista de Futebol a recomendação de que o clássico entre Palmeiras e Corinthians, no novo estádio do time alviverde, tivesse apenas palmeirenses nas arquibancadas. O MP chegou a ameaçar processar a federação e os clubes caso corintianos tivessem acesso à arena palmeirense, sob alegação de desobediência.
O Corinthians entrou na Justiça argumentando que a restrição aos seus torcedores era abusiva, discriminatória e ilegal. A juíza Luíza Barros, da 10ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo, deu ganho de causa para o clube alvinegro e também entendeu que federação, Corinthians e Palmeiras não poderiam ser processados, como ameaçou o MP. A Federação Paulista voltou atrás e destinou ingressos para os corintianos.
Senise avalia que o histórico dos torcedores no clássico desta quarta-feira é diferente do comportamento de corintianos e palmeirenses. "Embora tenham tido problemas no passado, o histórico não é tão complicado como o da Gaviões e da Mancha Alviverde", comparou.