Esta semana poderá ser decisiva para o futuro do Campeonato Brasileiro. O Santos e o Vasco prometeram recorrer contra os jogos remarcados, solicitando a manutenção dos resultados anteriores.
Fora isso, a interdição da Vila Belmiro será apreciada também pelo STJD. E, ainda, o Conselho Nacional de Justiça poderá avaliar, na sexta-feira, se o presidente (licenciado) Luiz Zveiter pode continuar acumulando o cargo de presidente do STJD com o de desembargador.
Mas o que preocupa mais os dirigentes esportivos é uma possível ação do Ministério Público (MP), com base no Estatuto do Torcedor. ''No momento, o Ministério Público é o único que poderia interromper o campeonato. Na Justiça Desportiva, essa possibilidade é muito remota'', disse ontem um dirigente, em São Paulo.
Na sexta-feira, um dia depois da confusão na Vila Belmiro, que não permitiu a conclusão do jogo entre Santos e Corinthians, Luiz Zveiter pediu licença de duas semanas da presidência do STJD para dedicar-se apenas à Justiça Comum, nesse período.
Quem assumiu a presidência foi Nelson Braga, compadre de Ricardo Teixeira e, em tese, adversário de Zveiter. Braga disse na sexta-feira que a precipitada anulação dos 11 jogos apitados por Edílson Pereira de Carvalho será mantida, já que foi tomada pelo plenário. Mas há quem confie na hipótese de que, com um novo recurso, Braga possa mudar de opinião.
Um especialista em Justiça Desportiva, que prefere não se identificar, disse que a decisão do Conselho Nacional de Justiça sobre a dupla função de Zveiter não afetará em nada a anulação dos jogos do Campeonato Brasileiro. ''A decisão foi tomada, entrou em vigor e os clubes já iniciam a disputa das partidas remarcadas. Agora seria muito difícil voltar atrás. O tribunal teria de deduzir que, realmente, houve algum fato muito grave para anular estas partidas'', analisou.