O clássico entre Palmeiras e Corinthians, às 16 horas, no Pacaembu, põe neste domingo frente a frente Luiz Felipe Scolari e o estreante Adílson Batista, técnicos que nunca duelaram entre si. Até aqui, o encontro dos dois só havia resultado em vitórias conjuntas. A maior delas foi há 15 anos, no Grêmio, quando Felipão ganhou a Libertadores e o então zagueiro Adilson era o capitão.
No ano seguinte, em 1996, conquistaram o Campeonato Brasileiro pelo time gaúcho e Felipão saiu com um belo contrato para treinar o Júbilo Iwata, do Japão. E chamou para o desafio o seu "Capitão América" - apelido dado a Adílson pelos gaúchos, após o título continental. "Tivemos uma ótima convivência no Grêmio, e no Japão foi ainda maior. Saíamos com os familiares para caminhadas e nossos filhos brincavam juntos", lembra Adílson.
O ex-zagueiro recebeu elogios de seu antigo chefe. "O Adílson foi melhor zagueiro que eu. Era fantástico. Técnico e com boa impulsão. Não errava um passe", afirma Felipão. "Ele sempre teve liderança dentro de campo, era o braço direito do treinador. Foi um dos melhores quarto-zagueiros com quem trabalhei."
Na transição de jogador para técnico, Adílson mais uma vez contou com o apoio de Felipão. No Cruzeiro, em 2001, o treinador recebeu seu ex-capitão para um estágio em Belo Horizonte.
Em lados opostos neste domingo e com a rivalidade do clássico, os dois precisam mostrar serviço para suas respectivas torcidas. Com o mando de campo e sem vencer há três jogos, Felipão busca o primeiro triunfo em seu retorno ao Palmeiras. Em três jogos, perdeu um (4 a 2 para o Avaí) e empatou dois, com Botafogo (2 a 2) e Ceará (0 a 0).
Ele garante, porém, que o jejum não o incomoda. "Não vim aqui para ganhar um ou dois jogos. Vim para fazer um trabalho. Sabia que tinha de organizar a equipe. Não estou contente, mas não me deixa com dor de barriga", afirma o treinador alviverde. A seu favor, Felipão tem o retorno de titulares como Marcos e Danilo, podendo escalar pela primeira vez o time completo.
Já Adílson Batista foi apresentado na última terça-feira e faz sua estreia pelo Corinthians. Ele tem pela frente o desafio de apagar a sombra deixada por Mano Menezes. "O Adílson não fez em três dias uma revolução no Corinthians. Vai manter as mesmas características do Mano", aposta Felipão.
Sem Dentinho e Roberto Carlos, suspensos, Adílson fez mistério e fechou treinos durante a semana para decidir os substitutos - os mais cotados são Dodô e Iarley.