Eleita seis vezes a melhor jogadora do mundo, Marta, 38, afirmou que seu ciclo com a camisa da seleção brasileira está próximo do fim. A partir do ano que vem, a veterana não pretende mais defender a equipe. Por isso, seu maior desejo neste momento é garantir sua convocação para os Jogos Olímpicos de Paris, onde espera se despedir em grande estilo.
Leia mais:
Antes presa fácil, rival gerou pipoca em Neymar com ajuda de 'brasileiros'
Seleção terá Vini Jr no lugar de Rodrygo em jogo contra Venezuela
Corinthians nas cabeças e Z4 diferente agitam tabela das últimas 10 rodadas
Felipe Anderson terá chance rara no Palmeiras após vaias e bronca de Abel
"Se eu for para a Olimpíada, vou curtir cada momento, porque, independentemente de ir para Olimpíada ou não, este é meu último ano com a seleção. Não tem mais Marta a partir de 2025 na seleção como atleta, não tem", afirmou a jogadora, em entrevista ao CNN Esportes.
Quando assumiu a seleção brasileira feminina, em setembro do ano passado, o técnico Arthur Elias disse que tanto Marta como Cristiane, 38, faziam parte de seus planos para a equipe canarinho. Tanto que elas estiveram presentes na primeira lista de convocadas divulgada pelo ex-comandante do Corinthians.
No entanto, a dupla veterana perdeu espaço nas chamadas mais recentes. A camisa 10 ficou fora da lista pela primeira vez quando o treinador formou o plantel que disputou a Copa Ouro, entre fevereiro e março. A atacante, que já havia sido preterida na convocação anterior, também não foi chamada para a competição.
Arthur Elias explicou que tem observado aproximadamente 50 atletas antes de definir seu grupo para os Jogos Olímpicos. Segundo ele, a equipe ainda não está fechada.
"A melhor decisão é pensar no processo da equipe e também no processo de cada atleta para que ela chegue na melhor performance dela aos Jogos Olímpicos", justificou o treinador, quando divulgou a lista para a Copa Ouro.
Embora tenha ficado fora da competição realizada nos Estados Unidos, onde o Brasil acabou com o vice-campeonato, perdendo na decisão justamente para as anfitriãs, por 1 a 0, a camisa 10 vem atuando com boa regularidade pelo Orlando Pride, na NWSL, a liga de futebol feminino dos Estados Unidos. A última partida dela foi no dia 19, quando jogou por 74 minutos na vitória sobre o San Diego Wave.
Considerada uma das grandes estrelas da liga norte-americana, ela ainda não definiu até quando pretende continuar jogando pelo Pride. A brasileira está no futebol dos Estados Unidos desde 2017.
Já ao falar sobre a decisão de se afastar da seleção a partir de 2025, Marta citou que é o momento de abrir espaço para as jogadoras mais jovens.
"Tem um momento em que a gente tem que entender que chegou a hora. Eu estou muito tranquila com relação a isso, porque eu vejo com muito otimismo esse desenvolvimento que a gente está tendo com relação às atletas jovens", declarou.
Marta disse, ainda, que o Brasil tem um "terreno muito fértil", com muitas meninas talentosas, e que por esse motivo se sente "confortável" para dizer: "Olha, estou passando para vocês, vou passar o bastão, e vocês continuem a levar esse legado".
Pela seleção, a camisa 10 participou de cinco Olimpíadas e conquistou duas medalhas de prata (2004 e 2008). É, também, bicampeã dos Jogos Pan-Americanos (2003 e 2007) e tricampeã da Copa América (2003, 2010 e 2018).
Em 2023, ela disputou na Austrália e na Nova Zelândia aquela que foi sua última Copa do Mundo, a sexta de sua carreira (2003, 2007, 2011, 2015, 2019 e 2023).