Presente ao encontro realizado nesta quarta-feira no Parque São Jorge, a casa do Corinthians, que serviu para discutir novos rumos para o futebol sul-americano e unir forças para mudar o quadro atual proporcionado pela Conmebol, Maradona bateu forte na entidade. Para completar, não poupou Julio Grondona, presidente da Associação de Futebol Argentino (AFA), ao comentar a ausência de dirigentes ou representantes de clubes argentinos nesta reunião promovida por Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e possível candidato à presidência da CBF nas eleições que serão realizadas no ano que vem.
Assim como fez Romário, hoje deputado federal e outro ex-jogador ilustre presente ao encontro desta quarta, o astro argentino disse ter ficado impressionado com documentos exibidos por advogados uruguaios que foram até o Parque São Jorge participar da reunião. Segundo os dois ex-jogadores, o conteúdo dos mesmos aponta que a entidade que dirige o futebol da América do Sul estaria agindo de forma corrupta, deixando de repassar verbas que deveriam ir para os clubes filiados do continente, em sua grande maioria deficitários.
Maradona falou sobre o assunto ao ser questionado se apoiaria Andrés caso o dirigente se candidatasse também à presidência da Conmebol ou da própria CBF. "Apoio o Andrés, ele nos trouxe aqui, terminou para (Julio) Grondona, (Eugenio) Figueiredo (presidente da Conmebol) e (Marco) Del Nero (membro da diretoria da Conmebol e braço direito de José Maria Marin na CBF). Este é o final. Com o que vimos aqui, na casa do Corinthians, vimos com uma grande tristeza que o futebol é para poucos. Não é dos clubes, dos torcedores e jogadores. Por isso, vamos fazer uma comissão para desmascarar essa gente que tanto mal faz ao futebol", destacou.
Já ao comentar a ausência de representantes argentinos na reunião desta quarta-feira, Maradona deixou a entender que os clubes do País têm medo de sofrerem retaliações por parte de Grondona. "Mais uma vez é uma vergonha porque vivemos na ditadura de um mafioso como o Grondona, que não deixa que nenhum clube se revele. Talvez o Vélez (Sarsfield) poderia ser o único clube que poderia estar aqui. Os dirigentes argentinos se ''cagaram''", atacou.
Em seguida, o campeão mundial da Copa de 1986 pela Argentina voltou a acusar a Conmebol de corrupção. "Isso é muito grave para nós (argentinos). Dirigentes e jogadores que não vieram são cúmplices do roubo que essa gente faz. Na próxima reunião, que venham dirigentes que exponham seus pensamentos. Não estamos lutando apenas por nós, mas pelos mais jovens que vêm pela frente", enfatizou.