O técnico Mano Menezes ainda não perdeu a paciência com o meia Renato Augusto. Mas está no limite. O treinador deu mais sete dias para ter o jogador nos treinos e em condições de atuar pelo Corinthians. Ou fica à disposição diante da Chapecoense, no dia 4 de maio, ou procure novos ares.
Renato Augusto era a aposta do treinador para o início do Campeonato Brasileiro. Mano tinha muita fé que conseguiria bons resultados com o jogador ao lado de Jadson. Mas uma fatalidade - inflamação na parte posterior do joelho direito - o tirou dos trabalhos poucos dias antes da estreia, contra o Atlético-MG.
A promessa dos médicos era que em três ou quatro dias o camisa 8 estaria recuperado. Renato Augusto fez exames com Joaquim Grava e teve atenção até psicológica. Recebeu a boa notícia de quem não necessitaria de nova cirurgia no joelho.
Mas a volta aos treinos não aconteceu. O teste marcado para sexta-feira também não houve. Mano minimizou a ausência, mas aproveitou pra mandar nova indireta ao jogador.
"Vamos tirá-lo do jogo com o Flamengo e também não vou levá-lo para Manaus (encara o nacional, pela Copa do Brasil). Estamos estimando que o teremos para o jogo com a Chapecoense. É um período aceitável para a recuperação. Certas situações acontecem, mais frequentemente com ele, mas temos confiança nas pessoas responsáveis, no nosso departamento médico, de que tudo vai funcionar bem daqui para a frente."
Renato Augusto vem fazendo trabalhos físicos à parte. Pouco vai a campo. Sempre está sob os olhares de um auxiliar do treinador e garantiu que vai se recuperar. Contudo, já recebeu um ultimato do treinador, que apesar das broncas, está evitando sua exposição.
"Essas questões (de limite de paciência com o jogador) a gente aborda internamente, seria grosseria minha falar isso aqui fora, nem tem sentido profissional com o Renato", disse o técnico. "Foi um fato isolado, apesar de a sequência mostrar que não. Isolado pelo tipo de lesão, algo diferente de tudo que ele já teve, apesar das lições do passado."
A desconfiança sobre o meia se vem pelo tratamento especial que recebeu desde o início do ano. Renato trabalhou separado dos demais companheiros para, segundo ele, "fazer a melhor temporada pelo Corinthians."
Os trabalhos diferenciados, contudo, não surtiram o efeito imaginado e ele entrou em campo na temporada apenas sete vezes. Não ficou os 90 minutos em campo em nenhum jogo e agora inicia nova luta de superação.