Considerado há algum tempo a melhor equipe do mundo, o Manchester City agora pode dizer dele ser campeão. Com uma vitória por 4 a 0 sobre o Fluminense, na sexta-feira (22), na Arábia Saudita, o time inglês cumpriu seu favoritismo e conquistou pela primeira vez o Mundial.
Julián Álvarez (2), Nino (contra) e Foden fizeram os gols do título, fechando um ano em que o clube finalmente extrapolou os limites do Reino Unido. Soberano no Campeonato Inglês, alcançou, após repetidas tentativas frustradas, a Liga dos Campeões da Europa. E avançou ao Mundial, torneio no qual castigou o campeão asiático e o campeão sul-americano.
O domínio já era amplo em terreno doméstico: são do City cinco dos últimos seis troféus do Inglês -ou da Premier League, como preferem os modernos, amplamente reconhecida como a melhor liga nacional do futebol. Porém faltava o sucesso internacional, importante para os torcedores e para quem banca o caríssimo elenco.
A agremiação azul de Manchester é desde 2008 propriedade do Abu Dhabi United Group, fundado e comandado pelo xeque Mansour bin Zayed Al Nahyan, integrante da monarquia dos Emirados Árabes Unidos. Na prática, o clube é da família real, que despejou 2,27 bilhões de euros (R$ 12,16 bilhões, na cotação atual) até ver a esperada glória continental, com o título europeu.
Próximo à Fifa (Federação Internacional de Futebol), o governo dos Emirados usa o esporte em tentativa de limpar sua imagem, ligada à ditadura e às restrições da liberdade de expressão. Com o City, os resultados começaram a aparecer em 2012, quando a equipe levou o Inglês pela primeira vez após 44 anos.
Em 2016, chegou o aclamado técnico Pep Guardiola. Enquanto o domínio era estabelecido na Inglaterra, virou prioridade a conquista da Liga dos Campeões. O time ficou no quase em 2021, em final contra o Chelsea -que seria algoz do Palmeiras no Mundial-, e alcançou em 2023 o que tanto buscava.
Na Arábia Saudita, o favoritismo era grande. E, mesmo sem três de seus titulares, dois deles importantíssimos, a equipe britânica atropelou o japonês Urawa Red Diamonds nas semifinais. O 3 a 0 não dá a medida da autoridade exibida em campo, com 25 finalizações, contra duas do adversário.
De volta ao King Abdullah Sports City, em Jidá, o City encontrou na final outro time que gosta de ter a bola nos pés. Mas o Fluminense de Fernando Diniz não é o Manchester City de Pep Guardiola, e o jogo começou a ser resolvido logo no primeiro minuto.
O craque Marcelo forçou virada de jogo e entregou a bola a Aké, que, avançou e bateu de pé esquerdo, a dois passos da meia-lua. Fábio chegou a tocar na bola e a viu explodir no poste até se oferecer a Julián Álvarez, que, de peito, balançou a rede desprotegida.
Em 40 segundos, praticamente ruiu a esperança do desafiante, que manteve seu plano original, de trocar passes. O time arrancou aplausos do público saudita em momentos nos quais arriscou toques dentro da própria área e chegou a ter superioridade na posse de bola.
Aos 17 minutos, Cano recebeu de Ganso e foi derrubado pelo goleiro Ederson. O juiz polonês Szymon Marciniak chegou a apitar pênalti antes de perceber que o assistente apontava impedimento.
Pouco depois, o jogo foi praticamente decidido. Aos 27, Foden recebeu excelente passe de Rodri na área, pela esquerda, e buscou o toque para o meio. Nino tentou o corte, balançou a própria rede, e a reação se tornou praticamente impossível.
O Fluminense ainda teve uma boa oportunidade na etapa inicial, em cabeceio de Arias. No intervalo, Diniz acionou John Kennedy, na esperança de que o talismã da Copa Libertadores voltasse a resolver. Não resolveu.
Já estava clara a superioridade do City, que só não ampliou rapidamente no segundo tempo por causa de boas defesas de Fábio. Aos 27, o goleiro nada pôde fazer quando Julián Álvarez bateu cruzado da esquerda, e Foden apareceu de carrinho para balançar a rede. Aos 43, Álvarez fintou André e finalizou com precisão para estabelecer a goleada.