Renato ainda procura respostas e busca entender os motivos de seu contrato ter sido rescindido pelo Flamengo de forma unilateral, o que aconteceu no dia 17 de junho. Ainda demonstrando muita mágoa com a forma que sua saída do clube foi conduzida pela diretoria, o volante chegou a ficar com os olhos marejados ao falar sobre a despedida do Rubro-Negro. Triste, ele recordou os choros no banheiro de casa.
Em certos momentos, Renato usou palavras fortes para descrever a maneira como se sentiu com a situação e ressaltou inúmeras vezes o que considerou desrespeito da cúpula. Ele lembrou ainda que sequer pode passar no clube para pegar os pertences antes do elenco viajar para Pinheiral, Sul Fluminense, onde realizou um período de treinamentos.
O ex-camisa 11 ressaltou que ninguém o procurou para explicar pessoalmente os motivos que levaram a diretoria a tomar tal decisão. Renato contou ainda que em todos os contatos com torcedores após a sua saída recebeu apoio e ouviu: "O que fizeram com você foi uma sacanagem".
Renato falou ainda sobre as alegações dadas pela diretoria para a sua demissão. Segundo o LANCE! mostrou anteriormente, foram quatro pontos apresentados: ter tirado a camisa na comemoração do gol contra o Atlético-PR, a expulsão contra o Náutico, a insatisfação após ser substituído por Jorginho contra a Ponte Preta e uma possível interferência em uma discussão entre Hernane e Elias no vestiário, no jogo contra o Náutico. Ele foi sucinto: "Não cola".
- Eu tinha uma viagem a fazer a Dubai para resolver problemas pessoais, porque depois não teria mais outra oportunidade de data. Fiquei sem telefone lá, fuso-horário muito grande. Na minha volta, bati o pé no aeroporto, meu procurador me ligou e acabou dizendo que o Flamengo tinha falado com ele e comunicado por vocês que eu estava sendo demitido. Tive de esperar o grupo sair para a viagem para buscar meus pertences. Chorei muito, fiquei sem entender. Mas por que? Não esperou nem eu me apresentar, olhar olho no olho. Eu queria saber o que aconteceu. Deitar a cabeça no travesseiro e saber o que eu fiz. Essa resposta estou esperando até agora - disse o jogador, que completou:
- Ser mandado embora é normal. Mas da maneira que foi, achei bem desrespeitosa. Estava todo dia no clube e o contato era diário. Acho que poderia ter um pouquinho mais de respeito. Queria saber o que eu fiz para ter uma demissão desta forma. Queria saber o que aconteceu. Vê uma declaração do presidente do Flamengo falando que foi por parte técnica. Como foi por parte técnica se até aquele momento eu era o vice-artilheiro do time e escalado como titular? Essa parte de deficiência técnica acredito que não foi.
Sem ter conseguido resolver a situação, Renato acionou o Flamengo na Justiça. Ele afirmou que o ocorrido o expôs e humilhou, mostrando uma pessoa que ele não é.
- Com tudo isso que está acontecendo, fui muito humilhado, muito exposto. Mostraram uma pessoa que não sou. Falaram que sou briguento, arrumo confusão com jogadores, que sou mal-caráter. E isso eu nunca fui.
O volante agradeceu à torcida rubro-negra, lembrou inclusive o apelido Urubu-Rei que ganhou dos torcedores e garante que um dia retornará.
- Tenho certeza de que um dia eu volto para o Flamengo. Até nisso eu respeitei o clube. Esperei tudo se resolver para poder ouvir outras coisas. A máscara está lá em casa, minhas camisas... camisas de épocas que foram difíceis e também boas. Troféus que ganhei com o Flamengo. Isso ninguém vai apagar. Tenho certeza que o Conselho do Flamengo inteiro sabe o que eu fiz pelo Flamengo. Um dia eu volto! Pode ser daqui a cinco anos, 10 anos... De alguma forma quero encerrar meu ciclo no Flamengo.