Futebol

Lula pede punição para times com torcidas racistas

08 mar 2006 às 18:36

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, quer que os times e as seleções de futebol de países racistas deixem de participar de competições mundiais e que os clubes sejam punidos.

O pedido foi feito em carta enviada ao presidente da Federação Internacional de Futebol (Fifa), Joseph Blatter e explicado nesta quarta-feira, em edição especial do programa de rádio Café com o Presidente.


Na carta, Lula contou que pede à federação medidas severas. "A Fifa tem que tomar atitudes drásticas. Primeiro tem que punir o clube, ou ele perde um ponto, ou perde um mando de jogo, qualquer coisa. Se persistir no país, até a própria seleção tem que ser punida, ela não participa de eventos internacionais".


Lula explicou que a decisão de enviar uma carta ao presidente da Fifa foi tomada após assistir na televisão cenas de preconceito de torcidas de clubes europeus contra jogadores brasileiros.


" É uma cobrança contra algumas coisas que eu estou vendo na televisão. Eu já vi fazerem contra o Roberto Carlos na Espanha, já vi a torcida do time adversário do Barcelona fazer um gesto de macaco para o centro-avante Heitor e então resolvi escrever".


Preconceito e futebol são conceitos contrários, na visão do presidente. Para ele, "preconceito é uma coisa odiosa. O racismo é mais odioso ainda". Já o futebol "significa paz, alegria. Não pode ser um lugar em que a gente vá pra mostrar as nossas maldades. A gente tem que ir lá para mostrar as nossas bondades, alegres, torcer, gritar, brincar e respeitar o atleta que é o artista que está em campo jogando".


Lula ressaltou que a vaia pode fazer parte do jogo, mas o desrespeito não. "O torcedor que paga o seu ingresso tem direito de vaiar e de comemorar. O que não tem direito é de colocar os seus preconceitos pra fora, seja num estádio de futebol, num teatro, na rua, na sua casa. O preconceito é uma doença e nós precisamos tratá-la com muito rigor pra que a gente estirpe, de uma vez por todas, o preconceito no mundo".

Agência Brasil


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