O atacante Luan chega ao final de 2011 aliviado. Após enfrentar muita pressão e desprezo de boa parte da torcida, ele termina a temporada como artilheiro da equipe, com 13 gols, sendo nove no Brasileirão, números que lhe fizeram também ser o maior goleador do time na competição.
Depois das seguidas críticas, Luan fez um desabafo e admitiu que chegou a se irritar com a torcida ao longo da temporada. "Todo mundo viu o que aconteceu. Tinha jogo que eu não entendia o que os torcedores queriam. Eu fazia gol, corria e mesmo assim saía de campo sendo xingado. A gente tenta não escutar, mas é difícil", reclamou.
"Várias vezes eu fiquei um pouco irritado. Acabava o jogo e eu pensava: ''Nada está bom para eles''. Além de marcar gol, correr, marcar, o que mais poderia fazer? Mas logo essa raiva passava. Futebol é difícil mesmo, ainda mais no Palmeiras, onde a pressão é muito grande, mas tenho que saber lidar com isso", afirmou.
Apesar das restrições em relação à torcida, Luan negou que tenha ficado com medo de alguma reação violenta, como aconteceu com João Vitor, em outubro - na ocasião, o volante entrou em conflito com alguns torcedores na frente da sede do Palmeiras.
"Meu pai sempre me falou que eu teria dificuldades na vida, mas não poderia temer nada, por mais que fosse dolorido viver tudo isso. Respeito a torcida do Palmeiras, que está chateada por não termos feito um bom campeonato. Fiquei triste, mas sem medo. Tanto que mesmo nos piores momentos eu continuei a andar normalmente nos lugares que sempre andei", declarou.
Luan também revelou que os conflitos nos bastidores atrapalharam seu desempenho em campo. "Tentamos nos manter distante de tudo isso, mas é claro que a polêmica atrapalhava o foco. Mas não acredito que isso tenha sido o problema. Tivemos um pouco de azar no ano. Não somos inferiores que os outros, tanto que vários times grandes tiveram dificuldades até maiores do que a nossa".