O Londrina Esporte Clube se posiciona, em nota oficial, contra o retorno dos treinos presenciais, após a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) atender a solicitação protocolada pela FPF (Federação Paranaense de Futebol) na última semana para liberar os treinos presenciais. Em nota oficial divulgada nesta quarta-feira (27), o LEC informa que é contra este retorno neste momento. "Momento em que não podemos ser insensíveis e menos ainda irresponsáveis nesta realidade muito dura para todos nós brasileiros, de difícil luta contra o Covid-19."
"Acreditamos que todos os setores da sociedade estão se mobilizando, fazendo o seu melhor e contribuindo para que a pandemia não dizime as pessoas que tanto amamos. Por isso, é dever do futebol seguir o mesmo curso. Não somos diferentes. Nosso esporte é uma das grandes alegrias e motivos de orgulho de muitos brasileiros. E jamais deverá ser associado à morte de quem quer que seja. É nosso dever preservar a saúde das pessoas, que sempre estiveram conosco nas conquistas e nos momentos mais difíceis. Agora é a nossa vez de entrar em campo e lutar ao lado delas", descreve trecho do texto.
Por conta desses fatores, o LEC afirma ter recebido com muita apreensão e tristeza a posição da Federação Paranaense de Futebol sobre o retorno dos treinos presenciais neste momento. "Tristes também com o caderno de encargos que foi repassado aos clubes, sem medir a realidade de cada agremiação filiada e gerando ainda mais despesas aos clubes. Despesas estas que oneram ainda mais a já dura realidade financeira das agremiações. Um retorno que, para algumas equipes, pode representar apenas duas partidas no Campeonato Estadual. Um esforço absolutamente desnecessário levando-se em conta que não temos, pelo menos por enquanto, nem mesmo uma sinalização quanto ao que pode ocorrer com as demais competições do ano", avalia o clube.
Além disso, o clube pontua que tem atletas de todas as regiões do país e que não seria justo eles romperem a quarentena e voltar para Londrina. "E se um atleta ou funcionário nosso ficar doente? Seremos nós, que somos contra esse retorno, a arcar com todas as consequências? E se um atleta ou funcionário nosso ficar doente a ponto de vir falecer, seremos nós a carregar a responsabilidade por essa morte durante o resto das nossas vidas?", questiona.
"Ou ainda que este atleta ou funcionário se recupere. Seremos nós os responsáveis por ocupar um leito de hospital, que poderia estar sendo utilizado por profissionais da saúde, de supermercados, do transporte, da limpeza e segurança pública, dentre tantos outros heróis dos serviços essenciais que estão nas ruas trabalhando justamente para que os demais possamos ficar em quarentena? Não. Futebol é sinônimo de alegria. Esporte é sinônimo de vida. E vida para nós tem muito valor, mais que todos os troféus e vitórias que conquistamos em toda nossa história."
Por isso, conforme o LEC, as rotinas de treinos on-line e todos os cuidados necessários para evitar a propagação do Covid-19 continuarão sendo realizados. "Pelo menos até atingirmos níveis de controle equivalente ao de países que já passaram pelo período mais difícil da pandemia e que, agora sim, podem pensar no retorno. Também estamos diariamente acompanhando os desdobramentos da pandemia e temos entrado em contato com a própria CBF a respeito do que pode ser um momento adequado para o retorno. Um retorno que precisa ser seguro e dentro da realidade de todos os clubes."
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