A briga política no São Paulo não parece estar perto do fim. Após ser detonado pelo presidente Carlos Miguel Aidar e, por meio de uma carta, ironizar o ataque feito por seu sucessor, Juvenal Juvêncio falou ao UOL sobre o assunto e afirma que não falou de forma mais forte em nota publicada dias atrás como "um sacrifício pela instituição".
- Dei um tempo, não respondia provocações. Agora é minha vez de falar. Que eu não fui eu na nota, é verdade. Meu negócio é mais forte. A nota foi muito mais suave. Mas é um sacrifício pela instituição. Eu fui muito surpreendido com as declarações do Carlos Miguel. Por que isso? Eu ia dar uma entrevista coletiva, mas fui impedido pelos companheiros. Eu não gostei, mas eu resolvi fazer um sacrifício pela instituição - afirmou Aidar ao UOL.
Ainda falando sobre a política do clube, Juvenal mostrou estar um pouco incomodado com a "ingratidão" de Aidar. Segundo o ex-presidente, o atual mandatário do Tricolor "não tem a menor noção" do que é a política do clube. Juvenal ainda compara a situação que Aidar está lhe dando com um avião: "é como dar um boeing para ele dirigir. Vai cair".
- Precisa ter muito cuidado agora para saber para onde esse barco vai. O Carlos Miguel esteve completamente ausente do clube por 24 anos. Completamente fora, sem participar, sem vibrar com isso, sem conhecer as pessoas. Mas foi buscado, eu trouxe. Agora ele está falando com gente da oposição. Virou uma barganha. Ele não tem a menor noção do que seja isso, é a mesma coisa que dar um boeing para ele dirigir. Vai cair - disse.
Mesmo com a situação de divergências políticas, Juvenal não deixa claro ter arrependimento ou não de ter apoiado a eleição de Aidar. O ex-presidente acredita que foi apenas um "equívoco" e afirma que "a vida agora não é de sorrisos".
- Não posso falar que me arrependo, senão fica mal. Eu quero ter uma posição positiva, acreditar que houve um problema de equívoco. Eu acho que ele vai ter agora um senso e vai repensar. Ele tem feito tudo nesses cinco meses. Tudo certinho... com sorrisos. E na vida não é assim. Essa, agora, não é de sorrisos - disse.
Ao jornal Estadão, Juvenal afirmou que não pretende entrar em confronto com Aidar e acredita ser somente uma "desavença de amigos", mas no fim dá a entender que já está agindo nos bastidores quando admite ainda ter "uma presença muito forte" com seus aliados no clube.
- Conheço Carlos Miguel há mais de 30 anos, acredito que foi uma desavença entre dois amigos. Não vou procurá-lo, deixe isso passar. Ainda tenho uma presença muito forte e sou muito respeitado pelos meus pares - afirmou.