A Justiça da Suíça fechou as portas para que os dirigentes da Fifa presos há um mês aguardem a eventual extradição aos Estados Unidos em liberdade condicional. Nesta sexta-feira, o Tribunal Superior do país rejeitou um recurso apresentado pelo uruguaio Eugênio Figueredo, ex-presidente da Conmebol e que no dia 27 de maio foi preso em Zurique a pedido do FBI. Ele, ao lado de José Maria Marin e outros seis dirigentes, são acusados de lavagem de dinheiro, corrupção e fraude no futebol envolvendo milhões de dólares.
Figueredo foi o único a entrar com um recurso para pedir para aguardar a extradição em liberdade. Os advogados de Marin optaram por esperar até que o pedido oficial de extradição fosse realizado pelos norte-americanos para avaliar qual será a estratégia de defesa. A tese da defesa do brasileiro é a de que, em caso de uma resposta negativa da Justiça, como acabou ocorrendo no caso de Figueredo, o acusado teria todas suas opções fechadas, até o final do processo.
Em seu pedido, o uruguaio alegou que sua saúde era frágil, com 83 anos. Ele também prometeu entregar seu passaporte, propôs usar um bracelete eletrônico, não fugir e viver até o final do processo na casa de amigos, na Suíça.
A Justiça então enviou um médico para examiná-lo e a constatação foi a de que ele está "suficientemente bem para continuar na prisão". "O Tribunal Penal Federal rejeitou o recurso", indicou a assessoria de imprensa da corte.
Para o tribunal, "existe o risco de uma fuga" e nem sua saúde ou idade minimizariam esse risco. Segundo a Justiça, Figueredo "não tem relações com a Suíça e tem condições de fazer longas viagens". O tribunal também estimou que medidas como um depósito milionário de garantia e um monitoramento eletrônico "não reduziriam de forma suficiente o risco de fuga".
No caso de Marin, a estimativa é a de que o brasileiro possa passar ainda semanas na prisão. No dia 3 de julho, os Estados Unidos devem apresentar o pedido de extradição. Mas um recurso não será possível imediatamente. Em primeiro lugar, os suíços precisarão de cerca de 20 dias para traduzir todos os documentos. Depois disso, um novo prazo vai ser estabelecido para que haja uma decisão do Departamento de Justiça de Berna.
Neste caso, se a posição for favorável à extradição, Marin poderá apresentar seu recurso, o que significa que começaria a ser considerado apenas em setembro.