A decisão da 27ª Vara do Trabalho do Tribunal Regional do Trabalho do Rio de Janeiro de conceder tutela antecipada e liberar Willian Arão do seu contrato com o Botafogo não foi encarada com pessimismo pelo clube, mesmo que agora o jogador esteja liberado para assinar contrato com outra equipe.
De acordo com a avaliação do Botafogo, a decisão do tribunal foi tomada em razão do "princípio fundamental da liberdade de trabalho". E o clube considera que o efeito vinculante da cláusula indenizatória para o Botafogo ainda será apreciado - a diretoria acredita que tem o direito de receber R$ 20 milhões por causa da rescisão do acordo.
"O referido juízo autorizou que o atleta se desvinculasse do Botafogo, facultando-lhe sua vinculação a qualquer nova entidade de prática desportiva de sua escolha, tão somente por força do princípio fundamental da liberdade de trabalho, considerando que o atleta não poderia ser obrigado a continuar trabalhando para quem não deseja", afirmou o Botafogo em nota oficial o Botafogo.
"O referido juízo ressalvou expressamente que oportunamente apreciará o efeito vinculante decorrente da cláusula indenizatória desportiva e o consequente direito do Botafogo de receber a indenização pré-fixada no montante de R$ 20.000.000,00 (vinte milhões de reais)", acrescentou o clube.
Detentor de 50% dos direitos econômicos de William Arão, o Botafogo acredita que uma cláusula no contrato garantiria a renovação automática do vínculo caso adquirisse 20% por R$ 400 mil. O clube fez o depósito do valor, que foi devolvido pelo jogador, que não tem interesse em permanecer o time e teria um acordo verbal com o Flamengo.
William Arão e seus advogados defendem, porém, que a formalização de um novo contrato através a aquisição de um nova parcela de direitos econômicos de um atleta não é considerado mais legal pela Fifa, o que o deixa livre com o encerramento do atual vínculo.