Os torcedores que participaram da invasão ao Centro de Treinamento do São Paulo, no dia 27 de agosto, e foram indiciados pela Justiça depositaram nesta quinta-feira (27) em juízo R$ 7,3 mil reais para cobrir os prejuízos do clube. O São Paulo alega que eles quebraram o portão do local e roubaram bolas, alguns uniformes e um ainda um recipiente para isotônicos.
Embora tenham feito o depósito, os invasores questionam a conta apresentada pelo São Paulo. Dizem que o clube não apresentou provas do prejuízo e, por isso, pedem a apresentação de notas fiscais. Para eles, apenas R$ 2 mil devem ser liberados para o clube. Os torcedores tiveram as suas contas bancárias congeladas pela Justiça e só conseguiram a liberação depois do depósito.
A invasão, por integrantes de torcidas organizadas do São Paulo, ocorreu depois de uma derrota do time por 2 a 1 para o Juventude, no estádio do Morumbi, na capital paulista, em partida pela Copa do Brasil. Os treino foi paralisado e Michel Bastos e Wesley foram agredidos. Os atletas estavam no meio do campo e não tiveram tempo de voltar aos vestiários.
Somente depois de 30 minutos é que seguranças particulares do clube e policiais militares conseguiram retirar a torcida de um dos campos, mas o protesto continuou do lado de fora do CT. A diretoria condenou a invasão e as agressões aos jogadores e afirmou que o ato foi uma "manobra de pessoas interessadas em desestabilizar" o time.
No Senado
André Azevedo, presidente da torcida Dragões da Real e um dos réus pela invasão ao CT, esteve em Brasília na última terça-feira em uma audiência no Senado Federal. Segundo o blog Bastidores FC, ele foi chamado por Caio Cesar Vieira da Rocha, presidente da Comissão de Juristas que elabora anteprojeto da Lei Geral do Desporto Brasileiro. Rocha já presidiu o STJD e hoje ocupa o principal posto do Tribunal de Disciplina da Conmebol.
Azevedo é um dos 12 denunciados pelo Ministério Público pela confusão no CT do São Paulo - todos estão proibidos de frequentarem estádios de futebol. Ele acabou sendo convidado para debater a proposta por ser presidente da Associação Nacional de Torcidas Organizadas. Precisou pedir autorização à Justiça para poder viajar a Brasília.
O presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, reafirmou que não há qualquer relação do clube com os torcedores organizados. O rompimento total ocorreu em 7 de julho, dia seguinte aos episódios de violência ocorridos na semifinal da Copa Libertadores, no Morumbi. Antes, o clube ajudava com ingressos, viagens e também com o dinheiro para o Carnaval, admitiu o mandatário são-paulino.